Violência

Violência contra mulher aumenta 30% em Olinda durante isolamento social

Centro Especializado de Atendimento à Mulher Márcia Dangremon (Ceam), em Olinda, continua aberto para atender as vítimas

Larissa Lira
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Larissa Lira
Publicado em 12/05/2020 às 14:42 | Atualizado em 16/05/2020 às 0:19
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A missão do Centro é lembrar que, apesar do isolamento social impostos pelo novo coronavírus, nenhuma mulher está sozinha - FOTO: PIXABAY

O isolamento social é utilizado para conter o avanço do novo coronavírus. Porém, deixa muitas mulheres expostas ao contato intenso com seus agressores. Em Olinda, no Grande Recife, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher Márcia Dangremon (Ceam) registrou um aumento de 30% nos casos de março para abril. Por isso, o espaço segue com seu funcionamento normal. O Centro possui uma equipe multidisciplinar de mulheres preparadas para atender as demandas.

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O Centro atende todas as mulheres que se sentirem violadas da violência de gênero até institucional. A estrutura conta com dormitórios e refeitório, além de sala voltada para crianças, para as que escolheram pôr um fim em toda violência. O Ceam além de dar apoio psicológico as vítimas, também ajuda na questão jurídica com o apoio de advogadas.

A missão do Centro é lembrar que, apesar do isolamento social impostos pelo novo coronavírus, nenhuma mulher está sozinha. O Centro Especializado funciona 24h, todos os dias da semana.

Além desse canal, as mulheres também podem denunciar através do 180, uma central telefônica que atua como um disque-denúncia. É um programa nacional que recebe denúncias de assédio e violência contra a mulher e as encaminha para os órgãos competentes ou para Polícia Militar, Disque 190, quando o crime está acontecendo. As ligações podem ser feitas de qualquer telefone.

Maquiagem como ajuda 

Pensando na dificuldade que muitas vítimas têm de buscar ajuda, o Projeto Mulheres, criado inicialmente em 2018 para um trabalho de faculdade, resolveu usar a maquiagem como disfarce para ajudar a denunciar esses casos. A iniciativa usa uma mensagem codificada envolvendo o delineador líquido, produto utilizado por muitas mulheres.

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#UmaporUma

A violência contra a mulher é constante e frequentemente acaba em tragédia. Existe uma história para contar por trás de cada feminicídio, em Pernambuco. O especial Uma por uma contou todas. Em 2018, o projeto mapeou onde as mataram, as motivações do crime, acompanharam a investigação e cobraram a punição dos culpados. Um banco de dados virtual, com os perfis de vítimas e agressores, além dos trágicos relatos que extrapolam a fotografia da cena do crime. Confira o especial Uma por Uma, sobre feminicídio.

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