COVID-19

Uso de máscara não pode ser motivo para relaxar isolamento social, alertam especialistas

Desde o decreto que recomendava o uso de máscaras no Estado, moradores do Recife têm observado maior fluxo de pessoas nas ruas

Amanda Rainheri
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Amanda Rainheri
Publicado em 13/05/2020 às 22:05
YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
Descumprindo isolamento social, pessoas circulam com e sem mascaras nas mediações da Policlinica Arnaldo Marques. - FOTO: YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM

Obrigatório a partir do próximo sábado, o uso de máscaras para quem precisar ir às ruas em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19) não pode ser motivo para que a população relaxe os cuidados ou o isolamento social no Estado, alertam especialistas. De acordo com o decreto, podem ser utilizadas máscaras do tipo artesanal (de tecido) ou cirúrgicas. Quem for abordado sem o Equipamento de Proteção Individual (EPI) será orientado a voltar para casa.

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A técnica em eletrotécnica Isabel Lira, de 26 anos, mora em Boa Viagem, bairro com o maior número de moradores que foram infectados pela covid e desenvolveram a forma grave da doença no Recife. Ela afirma nas últimas semanas, quando a máscara virou recomendação do poder público, o número de pessoas nas ruas aumentou. "Acho que as pessoas têm se confiado na máscara. Nas poucas vezes em que precisei passar pela Avenida Boa Viagem, Conselheiro Aguiar e Domingos Ferreira, vi muitas pessoas praticando exercícios físicos acompanhadas ou sozinhas, enquanto usam máscara", relata.


Morador do mesmo bairro, o fisioterapeuta Saulo Albuquerque, 29, também percebe que a população não tem respeitado o distanciamento social. "Percebo que saem como se nada estivesse acontecendo. Na última semana, aumentou muito o número de pessoas nas ruas. Acredito que essa medida (da obrigatoriedade) seja necessária para frear o contágio, já que o sistema de saúde está no seu limite", afirma.


Entre os bairros com maior número de pessoas com sintomas graves de covid no Recife está também a Madalena, na Zona Oeste da capital. A administradora Maria Ferreira, 30, moradora do bairro, faz uso de máscara há um mês, quando precisa ir ao supermercado. "Me sinto mais segura, mas não acho que a máscara é tudo", afirma.

A infectologista Andrezza de Vasconcelos reforça que a orientação é de que as pessoas fiquem em casa. "Estar com a máscara é melhor do que estar sem nenhum tipo de proteção, mas não é garantia", alerta. Segundo ela, é necessário tomar os devidos cuidados, para que, de equipamento de proteção, a máscara não acabe se tornando um meio de transmissão da doença. "É preciso levar uma bolsinha para colocar a máscara suja e outra com máscaras limpas, já que precisam ser trocadas a cada duas horas. Além disso, é necessário higienizá-las com água, sabão e passar o ferro de passar", orienta.

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O que é coronavírus?


Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?


O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
  • Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

 

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