Adotar o uso da máscara no dia a dia por causa da pandemia do novo coronavírus causou um estranhamento não só por ter que aderir um novo adereço, mas também pelo equipamento de proteção individual (EPI) esconder um sorriso. E dentro dos hospitais, um sorriso pode ser acolhedor e trazer esperança de dias melhores para os pacientes. Por sentir a necessidade de um tratamento mais humanizado, as médicas Lilian Karine Neves e Valéria Lafayette, que trabalham em um dos hospitais de campanha da Prefeitura do Recife, tiveram a ideia de adotar o uso de crachás que mostram o sorriso escondido por baixo da máscara e do protetor facial.
"Quando você está dentro do hospital, todo paramentado, o paciente não consegue lhe identificar; nos despersonificamos. Os crachás humanizados nos aproximam dos pacientes", disse a cardiologista Valéria Lafayette.
A geriatra Lilian Karine Neves explicou como surgiu a iniciativa. "A ideia do crachá surgiu de uma forma sincronizada. Eu trabalho no serviço de emergência no enfrentamento da pandemia, e sempre colocava um adesivo com meu nome e uma frase, uma palavra, de estímulo, encorajamento, esperança, não só para os pacientes, mas também para a equipe que estava comigo nos cuidados. E aí nos primeiros dias de trabalho no hospital de campanha, Valéria viu um desses adesivos que eu coloquei com o meu nome, me identificando, e com uma palavra ou frase, e aí surgiu a ideia do crachá. Ela teve essa ideia de pedir nossas fotos e produzir esses crachás".
Para Lilian, a aparência física é o cartão de visita. "Quando o paciente identifica o profissional que está prestando aquele cuidado, isso traz uma humanização, ele já fica mais confiante. Como médicos, nem sempre conseguimos curar os pacientes, mas sempre cuidamos e podemos aliviar os sofrimentos físico e psicológico com esse olhar diferenciado", disse.
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