Atualizada às 11h55
Nesta terça-feira (16), vários pontos da Região Metropolitana do Recife, Mata Sul e Agreste amanheceram alagados por conta das fortes chuvas que caíram pela região ao longo de toda a madrugada. De acordo com o monitoramento pluviométrico disponibilizado pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), os maiores acumulados de chuvas nas últimas 24 horas foram registrados na região da Mata Sul nos municípios de Xexéu (106,20mm), São José da Coroa Grande (88,60mm), Barreiros (70,71 mm) e Palmares (70mm). No Agreste, o maior volume acumulado nas últimas 24 horas foi registrado no município de Bonito (79,80mm). Só no bairro Córrego do Jenipapo, na Zona Norte do Recife, foram 41,53 milímetros de precipitação nas últimas 24 horas e 13,96mm só nas últimas 6 horas, referente à madrugada. O Porto, na Zona Leste, registrou 15,40mm nas últimas 6 horas e o bairro da Boa Vista, na área central da cidade, registrou 12,80mm.
>>Veja a previsão do tempo para esta terça-feira (16) em Pernambuco
>>Fortes chuvas acendem alerta em Sairé, no Agreste de Pernambuco, e em cidades vizinhas
>>Municípios da Mata Sul registram maior volume de chuva das últimas 24 horas em Pernambuco
Veja imagens desta terça-feira (16), da Avenida Agamenon Magalhães, Zona Norte do Recife e da Avenida Norte, pela altura do supermercado Extrabom, na Encruzilhada:
De acordo com informações da Rádio Jornal, motoristas e pedestres enfrentam muita dificuldade ao trafegar, nesta terça-feira, pela Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O local, que já têm um longo histórico de alagamentos em dias bastante chuvosos, apresenta pedras, buracos e entulhos por toda a via, de acordo com moradores do entorno, o que dificulta ainda mais a locomoção pela área.
Veja fotos:
Já na Avenida 17 de Agosto, localizada no bairro de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, uma árvore caiu durante a madrugada, bloqueando a via na altura do Arcádia Recepções. A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) já foi notificada. Equipes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), da Celpe e do Corpo de Bombeiros estão no local.
Veja imagens:
Uma árvore caiu durante a madrugada desta terça-feira (16), bloqueando a passagem na Avenida 17 de Agosto, localizada no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife. A Emlurb foi notificada. Imagens de Bruno Campos/JC. pic.twitter.com/sfOSovXdHd
— Jornal do Commercio (@jc_pe) June 16, 2020
Previsão do tempo
De acordo com a Apac, a previsão do tempo para o Grande Recife nesta terça-feira (16) é de céu parcialmente nublado com pancadas de chuva de forma isolada manhã e noite com intensidade fraca a moderada. O mesmo vale para a Zona da Mata Norte e Sul.
O Agreste terá céu parcialmente nublado com pancadas de chuva de forma isolada no período da tarde e noite com intensidade fraca a moderada. Já no Sertão de Pernambuco e no Sertão do São Francisco não haverá chuva e o céu estará parcialmente nublado. No arquipélago de Fernando de Noronha o céu estará parcialmente nublado com pancadas de chuva em toda a região ao longo do dia com intensidade fraca.
Rompimento de barragem
Texto de Amanda Rainheri
Velhos fantasmas voltaram a assombrar moradores do município de Barra de Guabiraba, no Agreste pernambucano, nesta segunda-feira (15). Mais de 1,2 mil pessoas precisaram deixar suas casas às pressas após o rompimento de uma barragem na área rural do município vizinho, Sairé. A estrutura que cedeu é a barragem Guilherme Pontes, que é privada e está localizada nas proximidades do Sítio Estivas. Os impactos foram sentidos em cidades do Agreste e também da Zona da Mata do Estado, por onde passa o Rio Sirinhaém.
A barragem, que não é cadastrada, é de terra e tem cerca de 8 metros de altura, 120 metros de comprimento e capacidade para acumular 350 mil metros cúbicos de água, de acordo com o Governo de Pernambuco, que monitora o caso. Ela teria enchido após as chuvas que caíram na região nos últimos dias.
Coordenador da Defesa Civil de Barra de Guabiraba, Nazareno Maranhão, afirmou que o nível do rio chegou a subir cerca de cinco metros. O volume abaixou durante a tarde, mas, por volta das 20h30, voltou a subir mais dois metros. "Conseguimos evacuar toda a população ribeirinha, em um trabalho que iniciou às 9h. A estimativa é de que 400 famílias, mais de 1,2 mil pessoas, saíram de suas casas para se abrigar em residências de familiares", explicou. Segundo Maranhão, a expectativa era de que mais água chegasse ao município na noite de ontem. "O prefeito de Sairé (Fernando Pergentino) esteve aqui e disse que a água da barragem ainda não havia chegado de fato aqui. Está chegando. É muita água mesmo."
Morador do município, o comerciante Diogo Lima lembrou que a última vez que a cidade passou por drama semelhante foi em 2017, quando enchentes castigaram Barra da Guabiraba nesta época do ano. "Aconteceu em 2010, depois novamente em 2017. É um problema que o nosso município enfrenta sempre com os níveis altos de chuva, mas que não é resolvido. Foi prometida uma barragem, que não foi concluída pelo Governo do Estado por falta de recursos." Segundo ele, por volta das 21h o nível de água nas residências já havia alcançado um metro.
O prefeito de Sairé, Fernando Pergentino (PSB), confirmou que os problemas na barragem do município ocorreram em decorrência das chuvas. Em 48h, município de Sairé registrou um volume acumulado de chuvas de 112mm, 100% volume total esperado para o mês de junho, de acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). ''Essa barragem já tem 20 anos que foi construída. Infelizmente, por conta das chuvas, ela não aguentou e acabou sangrando. Quando ela sangrou por cima do paredão, houve o rompimento e trouxe essa água com volume muito grande. Nunca foi visto esse volume de água em Sairé", disse Pergentino. O gestor informou que os municípios de Barra de Guabiraba e Cortês, na Zona da Mata, que são cortados pelo Rio Sirinhaém, foram alertados. Além dessas cidades, outras como Ribeirão, Gameleira e Sirinhaém podem sofrer os impactos.
Morador de Sairé, o assessor parlamentar Idelbrando Pontes contou que a água trouxe transtornos para a população. "Afetou lavouras e as casas ribeirinhas. As pontes também ficaram alagadas e as pessoas acabaram ilhadas, sem a possibilidade de sair."
Em nota, o Governo de Pernambuco informou que a Apac está acompanhando a situação, com o apoio da Secretaria Executiva de Defesa Civil de Pernambuco. A pasta informou que na Central de Atendimento houve o registro de alagamentos em diversas cidades do Agreste e Zona da Mata devido às chuvas, que provocaram deslizamentos de barreiras e deixaram famílias desalojadas. Nesta terça-feira (16) pela manhã visitas técnicas serão realizadas nos municípios atingidos. A Defesa Civil pode ser contactada através dos telefones 199 e 3181-2490 (atendimento 24h).
De acordo com a Apac, a previsão do tempo para o Agreste nesta terça-feira (16) é de tempo parcialmente nublado com pancadas de chuva de forma isolada no período da tarde e noite com intensidade fraca a moderada.
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