Pernambuco é um dos oito Estados onde houve redução da gravidade das secas – junto com Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Piauí, Sergipe e Tocantins. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a última atualização do Monitor de Secas aponta que no Estado houve uma expansão da área sem seca no Sertão e diminuição da intensidade da seca do Sertão do São Francisco, passando de seca moderada para seca fraca.
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Os impactos da seca são de longo prazo em todo o território pernambucano. Em Pernambuco, as precipitações acumuladas de maio registraram valores entre 25mm, no Sertão, e 400 mm, no litoral, com grande variabilidade no território.
Com as chuvas de maio o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Tocantins. Depois de dois meses sem o fenômeno, o Espírito Santo voltou a ter áreas com seca fraca em maio.
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A diminuição da área de seca também aconteceu no Agreste pernambucano. A área de seca moderada e seca fraca diminuiu e surgiu uma região de seca em sua porção oeste. Na Zona da Mata ocorreu a diminuição da intensidade da seca moderada para fraca na porção norte, assim como a passagem de seca fraca para ausência de seca tanto na porção sul quanto em toda faixa litorânea.
Outros estados
Na comparação com abril, Minas Gerais teve um aumento das áreas com seca. Em Sergipe as regiões com seca não tiveram variação. Já o Rio de Janeiro entra com o pé direito no Mapa do Monitor, pois em maio não houve o registro de seca no estado. No último mês, nenhum dos 13 estados está com 100% de seu território com seca, o que não acontece desde setembro de 2019. Em Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte continuam existindo somente áreas com seca fraca.
No Espírito Santo e Minas Gerais houve um aumento da severidade do fenômeno, mas de formas diferentes. Enquanto em território capixaba a seca voltou como fraca, em Minas houve um agravamento da situação especialmente no Triângulo Mineiro e região do Paranaíba, que registrou a única área com seca extrema no Mapa do Monitor de maio.
Como é a primeira vez que o Rio de Janeiro consta do monitoramento, ainda não é possível comparar a situação do estado com meses anteriores. Maio é o segundo mês do período chuvoso no leste do Nordeste, enquanto no Sudeste é o segundo mês do período seco. Já no centro e no oeste nordestino, além de Tocantins, começa a transição para a época de seca. De acordo com a climatologia de maio, os maiores volumes de precipitação, com valores acima de 250mm, ocorrem no norte do Maranhão e no litoral leste do Nordeste. Já os menores volumes precipitados, com valores inferiores a 50mm, são esperados no oeste da Bahia e de Pernambuco, no sudeste do Piauí e norte de Minas Gerais.
Em maio de 2020, chuvas superiores a 300mm aconteceram no norte-noroeste do Maranhão e do Piauí e em parte do litoral leste do Nordeste, além de pontos isolados no Tocantins. Já as menores precipitações, abaixo de 100mm, ocorreram nos estados da porção centro-sul do Monitor de Secas (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro), além das porções sudeste do Piauí e centro-oeste da Bahia. Na maioria dos estados nordestinos, as precipitações de maio oscilaram entre 100 e 300mm, distribuídas de uma forma irregular, e os valores acumulados no mês ficaram em torno da média. A variabilidade das chuvas nos territórios monitorados em maio caracteriza a transição entre as estações chuvosa e seca em grande parte do Nordeste.
O Monitor de Secas
Coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), o Monitor de Secas abrange nove estados do Nordeste, além do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Tocantins. Goiás deve ser o próximo Estado a se juntar ao Monitor.
A ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes nos últimos um a seis meses. Para secas acima de 12 meses, os impactos são de longo prazo.
O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessado tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.
Em Pernambuco, a Apac é o órgão que atua no Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 13 estados a cada mês vencido. O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
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