Com informações da Rádio Jornal.
Ao som de tiros e explosões. Foi assim que moradores de localidades próximas ao centro de Limoeiro, cidade no Agreste do Estado, acordaram nesta quarta-feira (1º). Cerca de 12 homens, de acordo com testemunhas, chegaram à cidade pela madrugada e arrombaram a agência da Caixa Econômica Federal do município por volta das 4h. Os criminosos, além de destruírem as dependências do banco, também levaram cerca de três lotes de dinheiro e causaram imenso susto à população da cidade.
Diversos moradores de Limoeiro entraram em contato com a reportagem do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação para relatar o terror vivido nas primeiras horas desta quarta-feira. Segundo um morador da cidade, que optou por não ter a identidade revelada, os criminosos efetuaram pelo menos duas explosões de dinamite e diversos tiros de fuzil após o arrombamento do banco. "Foram duas dinamites. Acordei assustado, meu coração está tremendo ainda. Pra mim, na hora em que acordei com o barulho, achei que era um prédio [que estava] caindo. Foram duas dinamites e vários tiros de fuzil. Foi tiro com força", revelou o morador.
A esteticista Munise Caroline, de 27 anos, mora nas proximidades da agência e revelou que, por um momento, achou que as explosões fossem em sua casa. "Foram momentos de terror. Acordei desesperada! Corri pela casa toda achando que algo estivesse explodido lá dentro mesmo. Depois pensei que se tratasse de algo na minha rua, com a fiação elétrica ou algo do tipo. Foi um susto muito grande, meu coração não se acalmou até agora".
De acordo com o Major Adir Alves, da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar, apesar dos relatos das testemunhas, não houve até o momento como descobrir em quais locais exatamente os disparos com arma de fogo foram feitos. "Nós temos os informes, e inclusive foram ouvidos vários disparos, mas não conseguimos detectar verdadeiramente o local onde eles efetuaram os disparos porque não encontramos nenhuma cápsula de munição", disse em entrevista à Rádio Jornal.
Ainda segundo ele, as informações apuradas até o momento indicam que o crime foi realizado por cerca de 12 homens, divididos em duas caminhonetes. "Possivelmente eles utilizavam duas caminhonetes, uma S10 e uma SW4", completou.
Os criminosos seguiram em direção à cidade de Passira, por uma estrada que corta a zona rural. Moradores de sítios nas proximidades confirmam a versão. "Pelo que eu vi, foram dois carros. Acho que uma S10 e uma SW4. Eles passaram por aqui em alta velocidade", contou um ouvinte da Rádio Jornal, que também preferiu não revelar a identidade. Tais informações chegaram por volta das 4h, o que revela mais ou menos o horário em que a Caixa foi arrombada.
Equipes da Polícia Federal chegaram à Limoeiro por volta das 9h. Em perícia realizada, a PF constatou que a ação aconteceu por volta das 4h e durou cerca de 10 minutos. "A investida, desde a chegada dos suspeitos até a consumação da explosão durou cerca de 10 (dez) minutos e contou com a participação direta de pelo menos 12 (doze) assaltantes (ainda sem identificação) que estavam em dois veículos, sendo uma SW4-preta e S10-prata e uma moto dando cobertura para a entrada dos veículos na cidade", informou a Polícia Federal.
Em nota, a PF também revelou que, durante a ação, os criminosos estavam fortemente armados e divididos em dois grupos. Parte da quadrilha teria ficado fora da agência dando cobertura ao restante, que se dirigia aos caixas eletrônicos para saquear o dinheiro, após explodir e danificar pelo menos quatro terminais eletrônicos. A Polícia informou que a quantia levada pelos bandidos não será divulgada.
A PF informou também que os disparos com arma de fogo aconteceram no momento de fuga dos bandidos. "Após a explosão os suspeitos saíram da agência, atirando para o alto para intimidar a população local colocando inclusive grampos na pista com o objetivo de furar os pneus das viaturas da polícia militar numa possível perseguição e depois fugiram tomando destino ignorado".
O Grupamento de Bombas e Explosivos (GBE) da Polícia Federal, também se dirige à Limoeiro no momento. As equipes realizarão uma varredura para retirar com segurança qualquer artefato explosivo que possa não ter sido detonado.
O penúltimo episódio de arrombamento na agência da Caixa em questão aconteceu há exatos dois anos e dois dias atrás, em 29 de junho de 2017.
Prejuízos
Estilhaços de vidro no chão, teto bastante danificado e caixas eletrônicos destruídos. Além do dinheiro roubado, o assalto gerou enorme prejuízo à agência bancária e aos moradores de Limoeiro e outros nove municípios próximos, que utilizam os serviços no estabelecimento financeiro.
Nesta quarta-feira, o movimento de pessoas seria ainda maior, já que, diversos pagamentos, como o auxílio emergencial, o saque do FGTS e os salários de funcionários da prefeitura, seriam realizados. Agora, agência da Caixa Econômica de Limoeiro ficará com funcionamento suspenso por tempo indeterminado. Com a unidade mais próxima da Caixa localizada no município de Carpina, há quase 28km de distância, os moradores enfrentarão mais transtornos nos próximos dias.
"Já era ruim ir para fila da Caixa aqui [em Limoeiro], magina agora ter que ir pra outra cidade? Além de ser horrível o deslocamento nesse tempo de pandemia, ainda tem a questão do dinheiro. Para ir pra Carpina é necessário pagar passagem, nem todo mundo tem essa condição. Infelizmente, mesmo que o assalto tenha sido no banco, e não na casa de nenhum morador, quem paga por toda essa destruição somos nós", revelou Maria das Graças, moradora de Limoeiro e aposentada.
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