DENÚNCIA

Com duas cesáreas em andamento e UTI Neonatal, Hospital Agamenon Magalhães, no Recife, sofre queda de energia

Nessa terça-feira (30), um incêndio foi instaurado na UTI destinada aos pacientes da covid-19 do mesmo hospital

JC
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Publicado em 03/07/2020 às 8:02 | Atualizado em 03/02/2021 às 12:02
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Hospital Agamenon Magalhães (HAM), localizado no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Dois dias após um incêndio atingir a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada aos pacientes da covid-19, o Hospital Agamenon Magalhães teve mais um problema estrutural. A unidade de saúde sofreu uma queda de energia na noite dessa quinta-feira (2), no momento em que duas cesáreas — intervenção cirúrgica para realizar partos — eram feitas. A unidade, localizada no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, também abriga uma UTI Neonatal, e os bebês precisaram receber respiração manual até que o problema fosse resolvido.

Segundo informações da repórter Juliana Oliveira, da TV Jornal, houve um vazamento de gás entre 21h e 22h, o que ocasionou em uma explosão no transformador do térreo do hospital, onde fica a emergência geral.

Antes do fim da noite, a energia elétrica já havia retornado. Não foi preciso remover os pacientes da ala e ninguém ficou ferido.

Profissionais de saúde do HAM que não quiseram se identificar pedem que haja uma vistoria no hospital que, segundo eles, não passa por manutenção, acumula mofo e gambiarras na energia elétrica.

Por nota, a direção do Hospital chamou o acontecimento de "início de princípio de incêndio no quadro de alimentação de eletricidade", e que o "gerador do serviço foi prontamente acionado". "A direção do Hospital Agamenon Magalhães (HAM) informa que foi registrado, na madrugada desta sexta-feira (03.07), início de princípio de incêndio no quadro de alimentação de eletricidade localizado na área externa na unidade. O gerador do serviço foi prontamente acionado. Logo após incidente, a Superintendência de Manutenção foi acionada para normalizar a liberação de energia, sem necessidade de auxilio do Corpo de Bombeiros. A força-tarefa logo restabeleceu a eletricidade nos setores do hospital, sem causar prejuízo ao funcionamento do HAM e à assistência dos pacientes internados no serviço".

Incêndio

Também no HAM, um princípio de incêndio foi instaurado no início da madrugada desta terça-feira (30) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que é destinada ao tratamento de pacientes com a covid-19, localizada no segundo andar do prédio. Segundo a assessoria do Hospital, nenhum paciente ou profissional ficou ferido.

A direção do HAM informou que as chamas devem ter sido provocadas por um problema "pontual" na régua de alimentação de gases daquela sala.

A unidade abrigava, pelo o menos, 20 pacientes quando o acidente aconteceu, conforme apurado pela TV Jornal com funcionários do hospital. O fogo causou um corte de energia elétrica que levou os monitores dos pacientes entubados a apagar. Imagens de celular mostram sangue no chão, dos acessos dos pacientes que retirados às pressas. Os funcionários do hospital quebraram as janelas para a fumaça sair e assim conseguiram retirar os internados do andar.

As chamas foram apagadas por funcionários e brigadistas. Eles também fizeram um rescaldo da área, que ficou bastante danificada. O Corpo de Bombeiros foi acionado de imediato, às 1h44, mas, ao chegar ao local, não precisou agir, já que o foco tinha sido contido. Por nota, a corporação afirmou que "funcionários do setor perceberam que um dos equipamentos começou super aquecer rapidamente, entrando em curto e liberando muita fumaça no local." Os bombeiros afirmaram, ainda, que a equipe do HAM utilizou extintores para combater o princípio de incêndio, evitando que se propagasse para outros equipamentos. O serviço foi concluído às 2h24.

Segundo o Hospital, os pacientes da UTI foram transferidos para outros espaços do centro, "sem prejuízo ao tratamento". Segundo o centro médico, a equipe de engenharia e manutenção irá atuar durante todo o dia para que o espaço esteja apto para acolher novamente os pacientes ainda nesta terça.

O Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem de Pernambuco (Satenpe) afirma que o incêndio não surpreende. O presidente Fracis Hebert alega que praticamente não existe manutenção nos equipamentos e nos prédios dos hospitais públicos do Estado. "Já era de se esperar uma acidente em uma das unidades precarizadas do Estado de Pernambuco. O Hospital Agamenon Magalhães é um prédio que está sem manutenção." Ele alerta, ainda, para a situação nos hospitais Getúlio Vargas, Otário de Freitas, Barão de Lucena, entre outros. "Hoje não tivemos vítimas fatais, mas com toda certeza haverá vítimas nos próximos acidentes, porque todas as nossas unidades não são seguras."

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