Após a demissão de 41 maqueiros do Hospital Otávio de Freitas na última quinta-feira (30), a categoria faz protesto em frente a unidade, localizada no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife. Demitido por telefone, o maqueiro Carlos de Lima comenta que não sabe o motivo do desligamento em massa e estão lá para esclarecimento. “Nós chamamos essa devolução de arbitrária. Depois de mais de 1 ano trabalhando no hospital, fui informado por telefone que não precisava mais ir trabalhar”, comenta.
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Os trabalhadores são terceirizados. Há um mês, a empresa foi trocada e todos os maqueiros foram absorvidos pela nova prestadora do serviço. Os 41 profissionais já haviam enviado a documentação para a empresa que assumiu a terceirização do serviço contratado pela Secretaria de Saúde do Estado. De acordo com os trabalhadores, a decisão de trocar a equipe não foi da empresa, mas do hospital.
“Trabalhamos durante a pandemia e fomos chamados de braço direito pelo diretor do hospital e agora cortam o braço e jogam fora. Isso só aconteceu nesse hospital”, comenta Carlos. Ele comenta que chegou a contrair coronavírus e logo que se recuperou, mesmo tendo comorbidade, voltou a trabalhar.
Da mesma forma, Paulo Sérgio também foi diagnosticado com a doença. Há 31 anos trabalhando na unidade, o maqueiro foi afastado das atividades por 45 dias após contrair o vírus no trabalho. Foi no final do plantão da quinta-feira que ele recebeu a notícia.
Resposta
De acordo com nota enviada ao JC pela Secretaria de Saúde do Estado, a direção do Hospital Otávio de Freitas (HOF) informou que uma nova empresa terceirizada venceu processo licitatório para gerir as vagas de maqueiros da unidade. "A empresa fica responsável pela contratação de pessoal e para fazer as readequações que achar necessárias no seu quadro. Importante frisar que a empresa anterior executou o tempo total do seu contrato. Destaca-se, ainda, que todo o processo segue os trâmites legais da administração pública e que os funcionários estavam cientes da mudança", diz nota. A direção do HOF informa, também, que a unidade está funcionando normalmente e que a empresa vencedora da licitação já está em atuação no hospital.
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