Na semana de véspera ao Dias dos Pais, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) prendeu, em Jaboatão dos Guararapes, um pai e uma mãe suspeitos de praticar, ao longo dos últimos 20 anos, estupro de vulnerável contra quatro filhos - sendo um deles com deficiência física -, dois netos e duas sobrinhas. A operação aconteceu nessa segunda-feira (3).
Segundo a delegada Vilaneida Aguiar, o homem, um pedreiro de 45 anos, ameaçava, drogava e batia nos filhos para continuar praticando os estupros. Enquanto isso, a mulher, dona de casa de 44, sabia do que acontecia e acobertava o marido, mandando aos filhos que negassem. "Ela alegava que não iam ter comida, que todos iam passar fome", falou.
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Até o momento, oito vítimas foram identificadas e mais duas estão em verificação. Entre elas, há crianças de apenas 2 e 4 anos, adolescente de 15 anos e jovens que desde adolescentes vinham sofrendo os abusos.
Três mulheres dos oito filhos do casal levaram o caso à 2ª Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Criança e Atos Infracionais de Jaboatão no último 21 de julho. Elas relataram terem sido vítimas dos crimes por oito anos.
"Elas estavam muito preocupadas porque o casal ainda residia com a filha adolescente de 17 anos, com o irmão, que tem deficiência física, que relatou também ser vítima de abuso, e com duas crianças, uma de 9 e outra de 11 anos", contou a delegada.
"Prontamente nos representamos pela prisão, através de Ministério Público Judiciário, diante da urgência”, explicou. Vilaneida falou que o homem tentou fugir no último dia 23. Segundo ela, a mulher precisou desocupar a casa para não ser linchada, quando os vizinhos tomaram conhecimento dos estupros.
Os dois estão detidos por mandados de prisão temporário. "Após investigações vamos representar pela prisão preventiva, tanto pelo pai quanto da mãe. Porque de um crime que acontece há 20 anos no seio familiar, a mãe é também culpada, partícipe”, defendeu.
Diante do caso, Vilaneida Aguiar fez um alerta: “Pedimos à população que, ao desconfiar de que alguma criança ou adolescente, da sua família ou não, (seja vítima), que denuncie. A polícia investiga, chama essa criança, que será ouvida por uma escuta qualificada, por uma pessoa preparada”, detalhou.
Ela reforçou que as mães que encobrirem a situação podem ser incriminadas. “Não há justificativa para manter uma situação dessa dentro da própria casa, seja financeira ou emocional. Nenhuma justificativa vai eliminar essa mãe de também responder por esses crimes praticados pelo pai.”
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