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Pesquisadores da UFRPE desenvolvem estudo para que cães possam identificar covid-19

Objetivo do estudo é testar a sensibilidade e especificidade da detecção olfatória canina para a doença causada pelo novo coronavírus e fazer com que sua eficácia seja validada como uma ferramenta de triagem rápida

Bruna Oliveira
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Bruna Oliveira
Publicado em 12/08/2020 às 19:12 | Atualizado em 12/08/2020 às 19:21
REPRODUÇÃO/SITE UFRPE
O estudo feito por pesquisadores da UFRPE integra o Projeto Internacional Nosaïs e já está em fase avançada de testes com cães - FOTO: REPRODUÇÃO/SITE UFRPE

Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Escola Nacional Veterinária de Alfort, na França, desenvolveram um estudo para possibilitar a utilização de cães na identificação de pessoas infectadas pela covid-19. O objetivo do estudo é testar a sensibilidade e especificidade da detecção olfatória canina para a doença causada pelo novo coronavírus e fazer que sua eficácia seja validada como uma ferramenta de triagem rápida. A princípio, a ação deve ser realizada nos estados de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, podendo avançar para outros estados brasileiros.

A iniciativa faz parte do Projeto Internacional Nosaïs e já está em fase avançada de testes com cães da instituição Amarante do Brasil, que financia o material da pesquisa e faz o treinamento dos animais. Para ajudar no projeto, membros da equipe de saúde do município de Paudalho, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, realizam coletas nos usuários que apresentam síndrome respiratória.

A partir de uma orientação prévia aos pacientes, é realizada a coleta de swab, feita com um cotonete estéril, e identificação dos casos positivos e negativos. Paralelamente, é feita uma coleta de suor através de chumaço de algodão em cada axila. Uma amostra do algodão permanece na UFRPE, para a identificação dos biomarcadores moleculares, e a outra é enviada ao Centro de Treinamento dos Cães de Detecção da Amarante. A partir das amostras de pacientes com resultados positivos ou negativos, os cães recebem o treinamento para a identificação dos casos.

Após estes processos, os pesquisadores da UFRPE identificam biomarcadores, ou seja, moléculas que estão presentes na reação do vírus com a sudorese humana. Um estudo semelhante também é produzido na França.

Para o coordenador do projeto em Pernambuco, o professor Anísio Francisco Soares, nesse momento em que o isolamento social está sendo reduzido, a presença de cães que possam identificar de forma precoce a presença do vírus irá proteger as pessoas que passam por ambientes de grandes circulação.

De acordo com o pesquisador, com a solução será possível facilitar a triagem dos viajantes portadores da covid-19 em portos, rodoviárias e aeroportos, além de auxiliar na retomada segura das atividades profissionais. 

Testagem

O sucesso do estudo poderá possibilitar a pré-testagem de um grande número de pessoas, em que os cães poderão testar até 500 pessoas por hora.

Assim como na França, que já começa a utilizar cães na detecção da covid-19, o estudo no Brasil já demonstra que os cães conseguem identificar amostras positivas e negativas. 

 

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