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Após cinco meses sem aulas, Colégio de Aplicação retoma ensino remoto para terceiro ano do ensino médio

Os 60 alunos do terceiro ano voltaram a ter atividades escolares remotas na última segunda-feira (17)

JC
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Publicado em 18/08/2020 às 9:48 | Atualizado em 18/08/2020 às 10:09
ANDRÉ NERY/JC IMAGEM
NOVATOS Candidatos devem ter até 12 anos e estar cursando o 5º ano - FOTO: ANDRÉ NERY/JC IMAGEM

Após a paralisação das atividades escolares no dia 18 de março por causa da pandemia do coronavírus, os 60 alunos do terceiro ano do ensino médio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) tiveram suas aulas suspensas por praticamente cinco meses. O retorno delas, a distância, aconteceu nesta segunda-feira (17). A turma, que deverá prestar o vestibular em janeiro de 2021, passa a ter atividades síncronas pela manhã e assíncronas à tarde para compensação das atividades.

Embora todos os alunos do terceiro ano tenham acesso à internet e aparelhos eletrônicos para acompanhar as aulas, o diretor do CAp, Erinaldo do Carmo explica que o colégio faz parte da UFPE e foi uma decisão em conjunto do colegiado. “Ficou decidido que todos os cursos e o colégio iriam retornar no mesmo momento. O colégio é da UFPE e a universidade faz parte de um corpo, não teria como ser diferente, esclarece.

Quanto ao prejuízo dos alunos, Erinaldo afirma que não há o que se preocupar e defende que os cinco meses parados não vão afetar os estudantes. “Os alunos recebem uma formação desde o 6º ano do ensino fundamental. Eles estão preparados para concorrer a qualquer atividade acadêmica ou de nível superior desde que ele ingressa. Não foi porque ele passou cinco meses afastados que eles vão ser prejudicados, porque tem uma bagagem de 6 anos dessa preparação”, comenta.

Por ser da UFPE também, Erinaldo afirma que o colégio foi criado como uma espécie de estágio para os estudantes de licenciatura, da mesma forma que funciona o Hospital das Clínicas com os estudantes de medicina. Esse é um dos motivos para que as turmas voltassem de forma sincronizada. “Por semestre, recebemos 500 a 600 alunos da UFPE para estagiar no CAp. Não seria possível começar as aulas do ensino fundamental e médio sem acompanhamento do estágio docência durante 5 meses”, argumenta.

O estágio, inclusive, vai continuar acontecer remotamente para os alunos, que irão entrar nas salas de aula tanto para assistir como para ministrar. As orientações estão presentes na cartilha que foi disponibilizada para os alunos e responsáveis sobre o ensino remoto.“Temos buscado desenvolver uma proposta de ação educativa que considere um olhar específico quanto às possibilidades de formas de construção do conhecimento, que promova o desenvolvimento biopsicossocial e o bem-estar integral dos estudantes”, afirma o documento.

Inclusão digital

Nem todos os alunos de outras turmas do colégio apresentam suporte para a participação das atividades obrigatórias remotas e estão à espera de auxílio da UFPE. Erinaldo explica que mesmo com os cinco meses, teve atraso na passagem desses equipamentos para o Colégio Aplicação e isso fez com que 360 alunos do 6º ano do fundamental até o 2º ano do ensino médio tenham que iniciar as aulas ainda mais tarde. Um edital de inclusão digital foi disponibilizado e as inscrições devem ser feitas até esta quarta-feira (19). O resultado será divulgado na quinta-feira (20).

A inclusão digital ocorrerá através da oferta de plano de dados móveis, bem como pela oferta em comodato (empréstimo temporário) de equipamentos eletrônicos disponibilizados pela UFPE. A família do estudante deverá avaliar as condições atuais de acesso digital e optar pela solicitação de oferta de dados móveis, ou de equipamento eletrônico, ou de ambos.

“O apoio não chegou para todo mundo. A doação dos aparelhos eletrônicos vão ser repassado e esperamos distribuir para os alunos na próxima semana, quando todos que precisam tiverem solicitado e sido aprovados”, comenta Erinaldo. Ele espera que isso aconteça ainda neste mês. No entanto, ele reforça que existem alunos em vulnerabilidade social que sequer tem conhecimento de informática e serão orientados sobre o uso dos equipamentos também.

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