EDUCAÇÃO

Escolas particulares devem ir às ruas pela retomada das aulas presenciais

Governo do Estado decidiu prorrogar a suspensão das aulas até 15 de setembro para a educação básica

Amanda Rainheri
Cadastrado por
Amanda Rainheri
Publicado em 31/08/2020 às 19:09 | Atualizado em 01/09/2020 às 7:54
ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
PARADAS Estabelecimentos de ensino estão sem funcionar desde 18 de março, devido à pandemia de covid - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

Atualizada às 23h58

Após a decisão do governo do Estado de permitir a retomada das aulas presenciais apenas ao ensino superior, representantes de escolas particulares de Pernambuco devem ir às ruas em protesto pela volta das atividades. O ato ainda não tem data marcada, mas deve ser definido em uma reunião nesta terça-feira (1º), de acordo com José Ricardo Diniz, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE). 

>> Pernambuco prorroga decreto de suspensão das aulas presenciais para educação básica

>> Sindicato das escolas particulares critica lei que pede desconto nas mensalidades proporcional à economia com a suspensão das aulas

"Percorremos todo o caminho institucional, mas o Governo do Estado nos empurrou para o confronto. Os argumentos apresentados, de ordem técnico-científicos, não satisfazem diante da amplitude do quadro da realidade social que envolve as escolas", afirmou José Ricardo. Segundo ele, deve haver desvinculação das datas de retomada das escolas particulares e públicas, já que as últimas não teriam condições de retornar. "As particulares têm os protocolos prontos e estão preparadas para receber os alunos há mais de um mês. Esse atrelamento às instituições públicas, que não estão preparadas para o retorno, traz, ao nosso ver, uma sensação de injustiça", argumenta.

Para Diniz, existe motivação política por trás da decisão e, por isso, há a descrença de que as aulas possam retornar em outubro, como chegou a sinalizar o Executivo estadual. "A gente desconfia dessa volta em outubro, já que as eleições seguem até o final de novembro. Achamos que essa decisão mostra que, além da educação não ser prioridade para o governo, existe um vírus tão nocivo quanto o coronavírus rondando os portões da escola, que é o vírus político-eleitoral", afirmou. 

A partir de agora, segundo o presidente do sindicato, as ações devem ser combativas. "Vamos tomar atitudes para mostrar à sociedade quão injusta é a decisão do governo. Estamos programando um ato público que conta com apoio das famílias dos alunos, que querem o retorno." Uma reunião do comitê de crise deve acontecer na tarde desta terça-feira, onde serão definidos os próximos passos da categoria. 

O governo de Pernambuco anunciou nesta segunda-feira (31) a liberação das aulas presenciais para o ensino superior, a critério das instituições de ensino. A permissão contempla as macrorregiões 1, 2 e 4, valendo para esta última apenas a 8ª Gerência Regional de Saúde (Geres), sediada em Petrolina. Também foi anunciada a prorrogação do decreto de suspensão das aulas da educação básica até o dia 15 de setembro. 

A retomada das aulas presenciais do ensino superior acontecerá de forma escalonada, com a primeira etapa prevista para o dia 8 de setembro. Nessa fase, as instituições de ensino só poderão receber até 25% da sua capacidade, dando prioridade aos concluintes. No dia 14 de setembro, as faculdades e universidades poderão retomar as atividades com até 50% da capacidade de estudantes. O retorno às aulas presenciais deste segmento de ensino segue nos dias 21 e 28 de setembro, estando as instituições de ensino autorizadas a retomarem as atividades com 75% e 100% de sua capacidade, respectivamente.

Unicap

À noite, a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) anunciou, através de suas redes sociais, que "decidiu manter as atividades acadêmicas de forma retoma até o final do semestre, conforme havia planejado".

 

Universidades federais

De acordo com as assessorias das Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco (UFPE e URFPE), não há previsão para o retorno das aulas presenciais. As instituições se baseiam na norma do Ministério da Educação, que permite aulas remotas até o fim do ano. 

Comentários

Últimas notícias