Cerca de 30 pessoas protestaram, na manhã deste domingo (20), para pedir a volta às aulas presenciais em Pernambuco. O grupo, majoritariamente formado por pais de alunos da rede particular, reivindicou o ato através das redes sociais ao longo da semana.
"Com base em dados, quem defende a volta às aulas? OMS, UNICEF, UNESCO. Quem é contra? O Governo de Pernambuco", diz uma das faixas. Outro cartaz compara o número de dias que os estabelecimentos escolares permaneceram fechados devido à pandemia do Coronavírus de países europeus, como Alemanha, França e Portugal, com o Brasil.
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Apesar de pedirem por uma volta às aulas segura, muitos dos pais estavam sem máscara ao longo do ato. Segundo Fabiana Nunes, uma das organizadoras, o objetivo do movimento é de estabelecer um diálogo com o Governo do Estado, que não estaria atento às demandas dos pais. "Por que a educação não está sendo considerada como pauta prioritária? Os bares podem funcionar e as escolas não podem reabrir? Queremos que nós, pais, sejamos incluídos nessa discussão pois acreditamos que temos o direito de escolher o que achamos ser o melhor para nossos filhos", afirma.
Não há representante oficial de nenhuma escola mas, segundo os organizadores, o grupo é formado por mães e pais de cerca de 10 colégios diferentes. Ainda segundo Fabiana, há também uma demanda por parte de pais e professores de escolas públicas para que a retomada das aulas in loco ocorra o mais rápido possível.
O grupo lançou também uma petição online, direcionada ao secretário de Educação do Estado, Fred Amâncio, com o nome de Movimento Volta às Aulas. O documento reúne até o momento um pouco mais de 200 assinaturas.
As escolas - privadas e particulares - em Pernambuco estão fechadas desde 18 de março, por decisão do governo local. Dos cerca de R$ 2,3 milhões de estudantes da educação básica no Estado, 400 mil estão matriculados nas 2.400 instituições privadas enquanto a maioria, 600 mil, na rede estadual. Os outros alunos se encontram em escolas municipais e federais.
O decreto estadual que impôs a manutenção até o momento das aulas à distância é válido até a próxima terça-feira (22). Nesta segunda (21), o Executivo Estadual reunirá o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 para avaliar os dados e debater se vem ao caso de manter as aulas apenas virtuais ou se é chegado o momento de anunciar o retorno das atividades presenciais.
Auxílio federal
A situação pernambucana em relação à decisão de voltar ou não as aulas presenciais não é exceção no País. No último sábado (19), o Ministério da Saúde anunciou uma verba de R$ 454,3 milhões que será distribuída entre as prefeituras de todos os estados.
Pernambuco irá receber R$ 20,3 milhões, valor este que deve ser dividido entre as 184 cidades do Estado e o arquipélago de Fernando de Noronha receberão verba federal. O dinheiro pode ser usado para, por exemplo, comprar materiais e insumos, como produtos de limpeza, álcool, máscaras e termômetros.
Recife é a cidade que receberá o maior volume de recurso do Ministério da Saúde, R$ 1,58 milhão, já que tem a maior rede municipal de ensino, com cerca de 92 mil alunos. Ainda na Região Metropolitana, Jaboatão dos Guararapes pode contar com R$ 589 mil, Olinda com R$ 332 mil e o Cabo de Santo Agostinho com R$ 388 mil. No interior, Petrolina, no Sertão, terá R$ 781 mil, enquanto Caruaru, no Agreste, vai ganhar R$ 500 mil do governo federal.
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