COVID-19

Especialistas alertam sobre cuidados no feriadão para evitar nova onda de contaminação no Estado

Projeções do IRRD apontam que nova onda de casos pode chegar no fim de outubro, a exemplo do que vem sendo observado em outros países

Amanda Rainheri
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Amanda Rainheri
Publicado em 08/10/2020 às 19:34 | Atualizado em 08/10/2020 às 19:34
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Aglomeração nas praias e Pernambuco - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Assim como as autoridades em saúde em Pernambuco, cientistas e especialistas também se mostram preocupados com a possibilidade de aumento do número de casos do novo coronavírus (covid-19) no Estado após o próximo feriadão de 12 de outubro. A aglomeração de pessoas em praias e bares e o uso incorreto de máscaras são as principais preocupações, a exemplo do que já foi visto em outras ocasiões, como o feriado da Independência, em 7 de setembro. Segundo projeções do Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD), o relaxamento das medidas sanitárias e o descumprimento das normas pode impactar na chegada de uma segunda onda da doença, ainda no fim de outubro. 

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Vice-coordenador do IRRD, o cientista e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Jones Albuquerque avalia que pode haver uma "turbulência" nos índices nas próximas semanas. "As últimas semanas de agosto alcançaram bons índices, tanto que pensei que fôssemos alcançar patamares do nível da Europa no mês de setembro, mas a infecção acabou ganhando força após o feriado de 7 de setembro, quando houve desrespeito às normas sanitárias. Agora que caiu novamente, vem outro feriadão", aponta.

Segundo ele, o Estado, que sequer saiu da primeira onda de casos, pode ser atingido por uma segunda leva da doença, a exemplo de outros países europeus, como a França. "Ao que tudo indica, uma segunda onda irá nos atingir. Considerando a velocidade com que a primeira chegou aqui após começar a se espalhar pelo mundo e analisando o boom que está acontecendo agora em países europeus, dentro de três a quatro semanas poderemos ter aumento de casos, se a dinâmica se repetir. Significa que no fim de outubro poderemos sentir os reflexos. Não é possível mensurar o tamanho ou a letalidade. A pergunta que fica é: quanto a gente vai piorar, se isso acontecer?", questiona. 

A preocupação com o cumprimento das medidas sanitárias é compartilhada pela médica infectologista Andrezza de Vasconcelos. "Nem saímos de uma primeira onda, para sermos atingidos por outra. É uma situação que ainda não foi vencida. Neste momento, as pessoas devem cumprir o isolamento, utilizar de forma correta as máscaras e evitar ambientes cheios, mas o que vemos são as praias cheias nos feriadões e aglomerações em festas e outros eventos", pondera.  

Na última quarta-feira (7), em coletiva de imprensa, o secretário de saúde de Pernambuco André Longo destacou que a conscientização das pessoas e fundamental para que os números de casos e óbitos em decorrência da covid-19 continuem caindo no Estado. "A falta de cuidado pode colocar a perder tudo o que conquistamos, pois tende a aumentar a possibilidade de contágio e nos torna mais suscetíveis à contaminação pelo vírus", alertou. 

Balanço

Nesta quinta-feira (8), Pernambuco registrou 597 novos casos da doença. Agora, o Estado totaliza 151.736 confirmações para a covid. O último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) também notifica oito novos óbitos pelo vírus,  somando 8.387 vidas perdidas para a covid-19.

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