Depois de mais de cinco horas de paralisação dos rodoviários, os ônibus voltaram a circular no Recife nesta terça-feira (13). Encerrado às 13h, o protesto foi motivado pela reivindicação dos trabalhadores da área contra a dupla função exercida por motoristas após as demissões dos cobradores. A paralisação foi realizada no cruzamento da Rua do Sol com a Avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio, e no cruzamento da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua da Aurora, no Centro do Recife, no início do dia. O protesto também aconteceu na Avenida Agamenon Magalhães, nas imediações da Praça do Derby, e perto do Parque 13 de Maio, em Santo Amaro.
Nesta terça-feira (13), às 10h, um projeto de lei que proíbe o acúmulo das funções de motorista de ônibus e cobrador de tarifas no transporte público do Recife seria votado na Câmara dos Vereadores da cidade. Mas, no momento da votação, a casa não contava com o número mínimo de vereadores necessários para a avaliação do projeto, que precisou ser adiado. Essa é a quarta vez que a PL é colocada em pauta sem ser votada. A próxima tentativa será realizada na segunda-feira (19).
Os rodoviários reagiram de maneira negativa a mudança. Segundo a assessoria da classe, por conta da falta de sucesso da terceira tentativa de votação do projeto, novas paralisações deverão ser realizadas nos próximos dias. Ainda sem horário ou dias definidos, os novos protestos serão motivados pela demora da avaliação da PL. A assessoria dos rodoviários afirmou que “os vereadores se ausentaram da votação de forma deliberada, com medo de julgarem o projeto e se comprometerem com a população que apoia a reivindicação dos trabalhadores”.
Apenas no último mês, três protestos foram realizados pela classe. A série de paralisações acontece depois que o governo de Pernambuco autorizou a retirada em massa dos cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife, por conta da crise econômica provocada pela covid-19 que teria resultado na diminuição da demanda de passageiros do sistema.
Uma apuração realizada pelo blog Mobilidade, do JC, constatou que 67% das linhas do sistema operam sem cobrador e com os motoristas exercendo a dupla função. O número significa que mais de 2.300 motoristas trabalham dirigindo, recebendo dinheiro e passando troco. Considerando a frota de antes da pandemia, o número de linhas sem cobradores subiu para 267, o que representa 76% do total.
Em nota, o Grande Recife afirmou que foi “surpreendido com um protesto dos rodoviários”. O Consórcio informou que “diante das sucessivas paralisações sem comunicados prévios, já notificou o Sindicato dos Rodoviários para que o órgão seja informado previamente sobre eventuais manifestações com o objetivo de minimizar os impactos destes atos para os usuários”.
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