Com informações da TV Jornal
Três dias de trabalho de parto e uma peregrinação por três maternidades, sendo a última no Hospital do Tricentenário, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Este foi o roteiro que viveu a jovem Larrisa Ferreira, dona de casa, 20 anos, que esperava ansiosa pelo nascimento da sua primeira filha, mas a perdeu no nascimento. Os pais da criança, que planejaram com carinho a gravidez de Luna Manoella, primeira filha do casal, denunciam negligência médica e violência obstétrica.
As contrações de Larissa começaram no último dia 6 de novembro e então foi levada para a maternidade Professor Barros Lima, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Lá, escutou do médico que a atendeu que ainda não estava em trabalho de parto e foi mandada de volta para casa. Edvaldo Júnior, técnico de T.I, marido de Larissa e pai do bebê, levou a esposa até o Hospital Agamenon Magalhães, mas também não conseguiram internamento.
Retornaram à maternidade Barros Lima e, mais uma vez, foram orientados a irem para casa. Em poucas horas, as dores de Larissa ficaram ainda mais fortes. Foi quando ela deu entrada no Hospital do Tricentenário. O pai da criança afirma que solicitou uma cesárea de urgência durante todo o tempo, mas não foi atendido.
Já no Tricentenário, a família aguardou por mais de seis horas, até que Larissa foi informada, após um exame, que a filha já não tinha batimentos cardíacos. Os pais registraram um boletim de ocorrência na delegacia de Rio Doce, em Olinda, e o caso está sendo acompanhado pelos advogados da família.
Em nota, o Hospital do Tricentenário afirmou que, durante o trabalho de parto, foi "evidenciado líquido amniótico meconizado, sendo indicado um parto cesáreio, com recém-nascido sem vitalidade". Também de acordo com o hospital, foram realizadas manobras de ressuscitação, sem sucesso. A mesma nota diz ainda que o caso foi direcionado para a comissão de ética médica para que sejam apurados os fatos e o Tricentenário possa tomar as medidas cabíveis.
Se manifestaram por meio de nota ainda a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Polícia Civil de Pernambuco. A Sesau lamentou a morte do bebê e afirmou está verificando as queixas relatadas. A SES disse que a paciente foi encaminhada para o Tricentenário por ser classificada como de baixo risco, enquanto a Polícia Civil informou que está investigando o caso.
Confira as notas na íntegra
Secretaria Estadual de Saúde (SES)
"A paciente foi atendida no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no último dia 7, realizou exames físicos e laboratoriais. Os exames realizados afastaram a possibilidade de pré-eclampsia, ou seja, pressão arterial elevada, e foi direcionada para o Hospital Tricentenário por ser classificada como paciente de baixo risco."
Secretaria de Saúde do Recife
"A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife lamenta o falecimento do bebê, ocorrido no Hospital Tricentenário, em Olinda, e esclarece que está verificando as queixas relatadas pela paciente sobre o atendimento recebido na Maternidade Professor Barros Lima, em Casa Amarela, no dia anterior ao óbito."
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