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Após 11 meses, polícia não esclarece deslizamento de barreira que matou sete pessoas em Dois Unidos

Tragédia ocorreu na madrugada da véspera de Natal de 2019

JC
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Publicado em 24/11/2020 às 16:32 | Atualizado em 24/11/2020 às 16:39
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Queda de barreira matam 7 pessoas no Alto do Morcego em Dois Unidos na noite de Natal - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Há exatos 11 meses, o que era para ser uma noite de sono comum se transformou em tragédia: sete pessoas morreram em decorrência de um deslizamento de barreira na madrugada da véspera do Natal, 24 de dezembro de 2019, na Rua da Bela Vista, em Dois Unidos, na Zona Norte do Recife. Os moradores do local passaram a conviver com a dor da perda dos que não sobrevirem, o trauma ocasionado pela tragédia e o medo de permanecer no local. Prestes a completar um ano, a Polícia Civil de Pernambuco e a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) ainda não explicaram o que provocou e quais os culpados pelo deslizamento. 

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Procurada pela reportagem do JC, a Compesa afirmou que tem atuado com equipes próprias e com consultorias especializadas para apurar as causas do deslizamento de terra. Na ocasião do acidente, foi constatado que a terra veio abaixo após um cano de água se romper por baixo da barreira. Ainda de acordo com a Companhia, o relatório preliminar indicou ligações clandestinas ao longo da tubulação rompida e a presença significativa de água no solo.

"O documento apontou que para conclusão definitiva seria necessário aprofundar as análises com a realização de ensaios geotécnicos e geológicos, em conformidade com os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Após essa fase, os consultores farão o diagnóstico de forma a caracterizar o fenômeno ocorrido, e identificar os principais fatores que podem ter interferido na causa do acidente", disse a Compesa, em nota.

Já a Polícia Civil, por sua vez, afirmou que o caso ainda está sendo investigado e que só irá se pronunciar ao término do inquérito. Por várias vezes, o JC tentou contato por telefone com o delegado titular da Delegacia do Alto do Pascoal, responsável pela investigação, mas a reportagem sempre era informada que ele não estava presente na unidade. 

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A falta de explicações dos órgãos, mesmo depois de tanto tempo, deixa aberta a ferida de quem sobreviveu à tragédia, mas perdeu pessoas que amava, como é o caso de Alexsandra de França, de 46 anos, visitada pela reportagem do JC em setembro. A mulher viu a terra levar embora o filho Emanuel Henrique, 25, a nora, Érica Virgínia, 19 e neto recém-nascido, Érick Júnior, de 2 meses.

“A gente fica angustiada, triste, ansiosa. Queria tanto que resolvesse esse negócio, para ter um alívio. Para ver se a gente vai ter um sossego, um descanso”, declarou Alexsandra, no último mês de setembro. 

AS VÍTIMAS

Em uma das casas destruídas, no deslizamento, estavam o casal Emanuel e Erika Virgínia Abade, junto filho, Érick Junior. Também foram vítimas da tragédia Lucimar Alves, de 50 anos, sua neta, Daffyne Kauane Alves, de nove anos, Lia de Oliveira, de 45 anos, e Claudia Bezerra, de 47 anos.

 

 

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