FESTA DO MORRO

Morro da Conceição é símbolo de fé e esperança

Tema escolhido para a festa deste ano foi Maria, Modelo Eucarístico e Mãe da Esperança

Amanda Rainheri
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Amanda Rainheri
Publicado em 28/11/2020 às 0:00 | Atualizado em 01/12/2020 às 15:55
RODRIGO LOBO / ACERVO JC IMAGEM
Fitinhas da Festa do Morro da Conceição - FOTO: RODRIGO LOBO / ACERVO JC IMAGEM

Uma comunidade construída em torno da fé e, sobretudo, da esperança. Basta uma breve caminhada pelo Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, para esbarrar nas mais diversas histórias de graças alcançadas através de orações aos pés da santa que dá nome à comunidade, Nossa Senhora da Conceição. Uma devoção que, para os fiéis, é ainda mais necessária em tempos difíceis, como estes de pandemia. Não a toa, o tema escolhido para a 116ª edição da Festa do Morro foi Maria, Modelo Eucarístico e Mãe da Esperança.

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A devoção das irmãs e professoras Adriana e Andreia Guedes, de 46 e 45 anos, veio da avó, passou pela mãe e agora se estende também aos filhos. As duas costumavam subir aos pés da imagem na infância, quando existia uma escada que levava até Nossa Senhora. "É uma tradição que veio de família. Quando pequenas, a gente adorava subir até lá e ficar perto da imagem. Nossa Senhora faz parte da nossa vida desde muito cedo", lembra Andreia.

 

Este ano, as duas visitaram o Santuário de Nossa Senhora da Conceição antes dos dias oficiais da tradicional Festa do Morro, que segue até o dia 8, data dedicada à santa, por um motivo especial. "Viemos pedir a cura desta doença, que tirou a vida de muita gente e trouxe muita tristeza para tantas outras. Temos uma escolinha aqui na descida do Morro, que ficou muito tempo fechada. Foram tempos muito difíceis. Ao mesmo tempo, a nossa fé nunca deixou que as esperanças fossem embora", conta Adriana.

Conceição Maria dos Santos, 58, recebeu o nome em homenagem à santa. A mãe era devota de Nossa Senhora e prometeu que daria à primeira filha mulher o nome da Virgem. Assim, participar da festa da Imaculada se tornou um programa de toda a família. "Somos todos muito devotos. Todas as vezes que precisei de alguma luz, foi a Maria que eu recorri. Até mesmo o meu filho foi uma bênção da minha mãe no céu. Não conseguia engravidar, mas vim até aqui, pedi com muita fé e alcancei. Depois disso, pedi a ela a cura de doenças de vários parentes. Com a graça de Deus, consegui todas. Devo a vida de muita gente à ela", se emociona. Para Conceição, em tempos como este de pandemia, a fé é a chave para a esperança. "Não podemos desanimar. Temos, além do Pai, uma intercessora poderosa que olha por todos nós."

Maria de Fátima dos Santos, 63, mora em Olinda, no Grande Recife, mas não perde uma edição da maior festa religiosa do Estado. Ela, que sempre sobe o morro para pedir alguma graça especial, este ano quer apenas agradecer. "Passamos por esta fase difícil sem nenhum doente na família. Tantos outros perderam entes queridos. Para eles, fica minha oração. Para nós, minha gratidão. Não poderia faltar este ano. Irei tomar todos os cuidados", garante. Para ela, Maria é o próprio símbolo da esperança. "É quem nos reanima o espírito e faz acreditar que amanhã vai ser melhor."

Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, o padre Luiz Viera conta que a denominação é uma das mais populares. "São muitos os títulos de Nossa Senhora, mas este, Nossa Senhora do Carmo está, sem dúvida, entre os de maior devoção. Maria é nossa estrela maior da evangelização, é essa mulher agraciada, escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador, concebida sem pecado, imaculada", explica. Para ele, as dificuldades impostas pela pandemia não devem desanimar a fé. "Maria é mãe e traz a esperança."

De deste domingo até o dia 7 de dezembro, as missas da Festa do Morro acontecem às 6h, 9h, 12h, 14h e 16h, com duração média de 45 minutos cada. O Solene Novenário é realizado diariamente às 19h.No dia oito de dezembro, dia a Imaculada Conceição, oito Santas Missas estão marcadas para as 0h, 2h, 4h, 6h, 9h, 12h, 14h e 16h. A solenidade da Imaculada Conceição, que encerra a festa vai ser presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom Antônio Fernando Saburido, às 19h.

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