Caruaru

Era uma pessoa amorosa e prestativa, diz prima sobre jovem de Caruaru encontrada morta em João Pessoa

Pernambucana foi encontrada morta dentro de um saco plástico em uma mata

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Rute Arruda

Publicado em 27/04/2021 às 23:01 | Atualizado em 27/04/2021 às 23:43
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A vida de Patrícia Roberta Gomes da Silva, de 22 anos, foi interrompida cedo demais. Definida como amorosa, dedicada e prestativa, ela não teve a chance de perseguir seus sonhos por causa de uma brutalidade. Ao sair de casa, no município de Caruaru, Agreste de Pernambuco, na última sexta-feira (23), para encontrar um amigo em João Pessoa, na Paraíba, ela esperava retornar na segunda-feira (26). Mas isso não aconteceu. A pernambucana fez o último contato com os familiares na tarde do domingo (25), e foi encontrada morta dentro de um saco plástico em uma mata, nesta terça-feira (27).

A jovem terminou os estudos há alguns anos e passou a trabalhar como vendedora em uma rede de cursos técnicos de Caruaru. No futuro, ela desejava realizar o sonho de ser mãe e e abrir um negócio no ramo da estética, conta a prima de Patrícia, Karen Vivian Melo.

"Ela dizia que queria ser mãe, mas não agora porque era muito cedo, e sempre gostou de trabalhar com design de sobrancelhas, de ajeitar cabelo, fazer maquiagem e unhas. Patrícia sempre se interessou muito pela área da beleza, e tinha a intenção de abrir alguma coisa nesse ramo", relata Vivian.

Vivian afirma que Patrícia sempre foi muito presente na vida dos amigos e familiares. "Ela era muito próxima da família, amorosa, uma neta dedicada. Quando a gente se reunia, ela sempre ajudava. Fomos sempre uma família bastante unida. Em almoços, aniversários, ela sempre se prestava a ajeitar a mesa, decorar. Era muito prestativa", diz bastante emocionada.

Patrícia morou em Caruaru por toda a vida. Na escola, a jovem conheceu um garoto que agora é o principal suspeito de assassiná-la. Eles mantinham uma amizade há aproximadamente dez anos. O jovem, um tatuador de 23 anos, se mudou para João Pessoa, na Paraíba, mas eles continuavam mantendo contato pelas redes sociais. À família, a pernambucana não dava detalhes da relação.

"O que a gente [família] sabia sobre ele era muito pouco. A gente só sabia que ela estudou um tempo com ele, que tinham contato, mas não tão íntimo. De uns tempos para cá, ela casou, separou, e voltaram a manter o contato de forma mais presente. Eles trocavam mensagens, ligações, e até aí tudo bem. Mas, de uma hora para outra, ela inventou essa viagem. 'Olhe, mainha, eu vou viajar, vou andar, eu me separei agora há pouco e estou precisando espairecer. Eu vou, é meu amigo'. Aparentemente, ele se mostrava uma pessoa boa e interessada", conta a prima.

A jovem seguiu para João Pessoa na sexta-feira (22) e trocou mensagens com a mãe. Em uma dessas conversas, Patrícia disse que "só queria ir para casa", porque estaria trancada dentro do apartamento do suspeito, onde estava hospedada.

Agora, a família deseja que a justiça seja feita. "Eu queria que Deus tocasse no coração dele e que ele se apresentasse feito um homem. Ele foi homem para iludir ela, para fazer o que ele fez, então ele tem que ser homem para pagar o que fez. Do mesmo jeito que aconteceu com ela, iria acontecer com outras mulheres", relata.

Na casa do suspeito, a polícia encontrou um caderno com anotações sobre assassinatos e uma lista com nomes de aproximadamente 20 mulheres, incluindo o de Patrícia e outro que seria de uma ex-companheira do jovem, que está foragido.

Ainda não se sabe a motivação do crime, mas a jovem teria sido morta por asfixia mecânica. Por meio de nota, a Polícia Civil da Paraíba informou que o caso está sendo investigado, mas que "os detalhes dos trabalhos não poderão ser divulgados no momento para não comprometer as investigações".

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