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Em três dias, duas mulheres morrem depois de parir na mesma maternidade, em Timbaúba

Amanda Ramos, 34 anos, morreu sexta-feira. Na quarta-feira, Amanda Lorraine faleceu. Os partos das duas ocorreram na Maternidade Tito Ferraz, que fica em Timbaúba. Os bebês passam bem

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Margarida Azevedo

Publicado em 01/05/2021 às 21:19 | Atualizado em 01/05/2021 às 23:07
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Outra mulher morreu depois de parir na recém-inaugurada Maternidade Tito Ferraz, que fica no Hospital Memorial Doutor João Ferreira Lima, localizada em Timbaúba, na Zona da Mata pernambucana. Amanda Ramos de Melo, 34 anos, teve o parto realizado na tarde da última sexta-feira (30). Depois de complicações, foi transferida para a UPA da cidade e em seguida para um Hospital Ermírio Coutinho, na cidade vizinha de Nazaré da Mata, onde morreu à noite. Dois dias antes, na quarta-feira (28), Amanda Lorraine Gonçalves de Lima, 23, foi a óbito após dar à luz sua segunda filha, no mesmo local.

Diante dos dois casos, a Prefeitura de Timbaúba decidiu suspender o convênio que permite atendimentos públicos na unidade de saúde. Por meio de nota, a gestão municipal informou que "devido à evidente falha no cumprimento no plano operacional acordado com o Instituto Memorial João Ferreira Lima, suspendemos todos os atendimentos públicos de maternidade e cirurgia por tempo indeterminado, até que o hospital prove, de forma legal, o cumprimento correto e integral do plano operacional", explicou a prefeitura. Mas a unidade, de caráter filantrópico, continua aberta para receber pacientes particulares.

O advogado das famílias das duas mulheres, Gilderson Correia, pretende ingressar com um pedido no Ministério Público, na próxima segunda-feira (03), para que o atendimento na maternidade seja totalmente suspenso. Vai solicitar também que o médico responsável pelos dois partos - foi o mesmo profissional que atendeu as duas mulheres - seja impedido de exercer a profissão. "Preparei o requerimento para ingressar segunda no Ministério Público. Também vamos exigir investigações para que haja responsabilização cível e criminal", explica Gilderson.

Segundo o advogado, Amanda Ramos de Melo pariu por volta das 16h30 de sexta-feira. A família dela relatou a ele que após o parto Amanda começou a sentir fortes dores e cólicas. "Como não havia médico na maternidade, ela foi transferida para a UPA de Timbaúba e de lá para Nazaré da Mata, onde teve uma parada cardíaca. Faleceu às 23h40", explicou Gilderson.

O bebê de Amanda, um menino chamado Lucas Miguel, está bem. Ele é o segundo filho dela, que já tinha um outro garoto com 8 anos de idade. "A informação é que ela teve uma hemorragia e que o útero dela foi retirado pelo médico após o parto. Na maternidade não há UTI neonatal nem de adulto", contou o advogado. Amanda chegou a pegar o bebê no colo e amamentá-lo. Seu corpo foi sepultado na tarde deste sábado, em Carpina, também na Zona da Mata, onde ela residia com a família.

OUTRO CASO

O parto de Amanda Lorraine Gonçalves de Lima, na quarta-feira (28), foi o primeiro realizado na maternidade, inaugurada naquele dia. Outras cinco mulheres tiveram bebê no mesma mesma data, conforme Gilderson. A cirurgia, cesárea, ocorreu por volta das 9h. Segundo o marido da jovem, Joandersson Ricardo, tudo ocorreu bemno parto. Porém ela começou a sentir fortes dores logo ter a filha.

“Ela foi para a sala de recuperação, já chegou lá passando mal, sentindo dores e agoniada. Deram uma medicação e resolveu. Por volta das 18h, as dores foram se complicando, ficando forte, ela passando mal”, relata Joandersson. Os familiares da vendedora relataram que tentaram ajuda na maternidade, mas não havia médicos no local.

Sem receber assistência, Amanda Lorraine sofreu uma convulsão, em seguida uma parada cardíaca e foi levada para uma UPA em Timbaúba, mas chegou na unidade sem vida. “Disseram a gente que ela teve um ataque cardíaco, mas não disseram o motivo. Ela não tinha nenhum problema de saúde”, afirma o marido da jovem.

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