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Jovem morre após sofrer choque enquanto usava celular ligado à tomada na Zona da Mata de Pernambuco

A cabeleireira foi socorrida, mas já estava sem vida quando chegou ao hospital. O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 25/05/2021 às 12:30 | Atualizado em 25/05/2021 às 13:36
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Com informações da repórter Cinthia Ferreira, da TV Jornal

Uma cabeleireira de 26 anos morreu no Loteamento Fernando Lobo, em Lagoa do Carro, na Zona da Mata de Pernambuco, na manhã dessa segunda-feira (24), após sofrer uma descarga elétrica. Segundo o irmão dela, o pedreiro Antônio Soares, Márcia Soares da Silva estava em casa e falava ao celular enquanto o aparelho estava carregando na tomada.

A cabeleireira foi socorrida, mas já estava sem vida quando chegou ao hospital. O corpo da jovem foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife e deve ser sepultado nesta terça-feira (25) à tarde, no Cemitério de Lagoa do Carro.

A jovem estava sozinha em casa no momento do choque. Ainda de acordo com o irmão dela, ela tinha costume de usar o celular enquanto ele estava carregando. "Já era costume dela. A gente falava, avisava, mas a pessoa acha que nunca vai acontecer com você, só com os outros. É muito perigoso. Perdi minha irmã com 26 anos por isso", alertou.

Por nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que está investigando a morte “a esclarecer”. A corporação explicou que a “vítima foi encontrada desacordada em sua residência, foi socorrida, mas veio a óbito no hospital”, e que “as investigações seguirão até completa elucidação do ocorrido”.

É seguro usar o celular ligado à tomada?

O caso traz novamente à discussão um debate antigo sobre eletrônicos: é seguro usar o celular ligado à tomada? O assunto é permeado por muitas informações incorretas ou desatualizadas. É preciso ter em mente também as práticas de segurança com equipamentos ligados na rede elétrica, de quaisquer tipos.

Desde 2011, as tomadas no Brasil são regulamentadas pela norma NBR 14.136, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Este padrão tem definições extras de segurança tanto no desenho externo dos plugues nas paredes quanto internamente na parte elétrica.

A adoção do terceiro pino nos conectores visa ligar os aparelhos a um aterramento na fiação do imóvel, que receberia descargas elétricas inesperadas como raios ou picos de energia. Com o chamado "fio terra", que recebe este nome por estar ligado diretamente ao solo, o risco de choques no uso de equipamentos elétricos é reduzido de maneira significativa.

Há muitos problemas, no entanto, que continuam tornando perigoso o uso de celulares durante o carregamento. Grande parte dos imóveis no Brasil não passou pelas alterações necessárias para se adequar ao novo padrão de tomadas, pois o custo para aterrar toda a instalação elétrica de uma casa é elevado e requer, além da troca das tomadas, quebrar paredes para incluir a fiação extra.

Mesmo em imóveis construídos após julho de 2011, quando a norma passou a ser obrigatória, é recomendado verificar, antes do aluguel ou compra, se o aterramento foi realizado conforme a regulamentação, pois apenas a presença de tomadas no padrão novo não garante que o fio terra esteja instalado. Prédios de apartamentos costumam ter o aterramento bem visível, como um cabo metálico que percorre toda a lateral do edifício.

Além disso, o uso de adaptadores como "benjamins" ou "T" para ligar vários equipamentos no mesmo plugue de parede pode sobrecarregar a instalação elétrica naquele local. Isso aumenta o risco não apenas de choques, mas também de curto-circuitos e incêndios, especialmente se forem usados vários adaptadores em conjunto.

Caso seja necessário usar mais de um aparelho na mesma tomada, a recomendação é utilizar filtros de linha que contenham fusível. Equipamentos como estabilizadores ou no-breaks também não são recomendados, mesmo para o uso de computadores, por trabalharem em uma frequência diferente da corrente elétrica fornecida pela tomada. Para ligar dispositivos que usem corrente de 110 volts em redes de 220, a orientação é usar transformadores individuais.

Outro fator que aumenta os riscos de choques e incêndios é o uso de carregadores e baterias que não sejam originais dos fabricantes. Estes acessórios, quando genuínos, passam por estritos testes de segurança e possuem componentes que detectam oscilações na rede elétrica, protegendo os equipamentos de sobrecarga. Os produtos originais são homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Por fim, também não deve-se utilizar nenhum produto elétrico, ligado à tomada ou mesmo na bateria, com o corpo molhado ou em ambientes úmidos. Nestes casos também há o risco de choques e incêndios por curto-circuitos.

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