INVESTIGAÇÕES

Grupo investigado por sonegação e lavagem de dinheiro em Pernambuco abriu 32 empresas com débito tributário de R$ 5 milhões

Foram cumpridos 10 mandados de prisão nessa quinta-feira (10) durante a Operação Downhill

Imagem do autor
Cadastrado por

Rute Arruda

Publicado em 11/06/2021 às 16:31
Notícia
X

O grupo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco, do setor de bicicletas, por suspeita de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica abriu cerca de 32 empresas com débitos tributários que, somados, chegam a aproximadamente R$ 5 milhões, além da omissão de R$ 12 milhões de receita. A associação criminosa é investigada desde junho de 2020 e, nessa quinta-feira (10), dez mandados de prisão foram cumpridos no Recife, Olinda (Região Metropolitana), João Pessoa, Caruaru (Agreste) e Altinho (Agreste). 

Durante a Operação Downhill, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, sendo 12 de pessoas física e quatro de pessoa jurídica, além do sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias. Segundo o delegado Raul Junges, adjunto da Delegacia de Crimes contra Ordem Tributária, a primeira empresa foi aberta no ano de 2011. De acordo com Junges, o município-sede do esquema era Altinho.

"Foram 32 empresas constituídas. Essas empresas elas se sucediam. Normalmente, eram operadas cinco, seis empresas ao mesmo tempo, mas sempre que a Fazenda chegava nessas empresas para cobrança de um tributo, elas simplesmente fechavam e abriam outras em seu nome. As vezes no mesmo local, as vezes com os mesmos funcionários. Isso acabava gerando um débito para a Fazenda, que ela não conseguia resgatar nunca esses valores, esses impostos indevidos. E também uma concorrência desleal porque essas pessoas que gerenciavam as empresas não pagavam os impostos ao contrário dos outros que estavam na forma lícita que pagavam",  explicou. 

O delegado explicou que um casal liderava o esquema e a mulher utilizava funcionários como laranjas. "Normalmente eram empregados que ganhavam confiança e ela puxava aquele empregado e o colocava, normalmente, à frente de uma empresa. Esse empregado também recebia um pouco mais, tratava-se de um gerente de uma loja a loja ficava toda no nome dela. E essa pessoa que comandava todo o esquema, coordenava as empresas, as vendas, ela simplesmente não aparecia. Ela ficava atrás de uma forma oculta, que é o que a gente chama de ocultar o patrimônio dela. Ela estava lavando dinheiro, sonegando impostos", disse.

A Polícia Civil tem dez dias para concluir as investigações. "Nós tivemos alguns interrogatórios ontem. A gente tem que fazer outros alinhamentos investigações. Ontem nós demos cumprimento aos mandados de prisão. Então agora nós temos que realmente concluir as investigações, imputar as responsabilidades e passar para o Judiciário, Ministério Público, dar prosseguimento", concluiu. 

 

Tags

Autor