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Parceria da prefeitura com ONGs cria projeto para melhorar qualidade da saúde pública no Recife

Batizado de 'Capital da Saúde', o programa visa implantar projetos-piloto de alto impacto em 16 unidades básicas de atendimento

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Marcelo Aprígio

Publicado em 09/07/2021 às 12:09 | Atualizado em 09/07/2021 às 18:42
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Atualizada às 18h25

Uma parceria entre o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), a Umane e a Prefeitura do Recife gerou um projeto cujo objetivo é apoiar a qualidade da gestão pública na área da saúde. Batizado de 'Capital da Saúde', o programa visa implantar projetos-piloto de alto impacto em 16 unidades básicas de atendimento.

 

A iniciativa prevê a capacitação das equipes técnicas para catalisar mudanças e inovações, redução da incidência de fatores de risco e a promoção da saúde nas comunidades. Além disso, a parceria ajudará na construção de uma agenda legislativa municipal de políticas de saúde numa articulação com a Câmara de Vereadores da capital pernambucana.

Frentes de trabalho

O trabalho da aliança está estruturado em quatro frentes. A primeira é voltada para a Atenção Básica e busca garantir que esse nível de atenção resolva a maior parte dos problemas de saúde da população, com especial foco nos desafios associados ao manejo das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) como diabetes, obesidade, hipertensão, doenças cardíacas e respiratórias.

O diretor executivo do IEPS, Miguel Lago, acredita na importância da sociedade civil para a saúde pública. "O SUS não teria sido possível sem a participação ativa da academia e de movimentos sociais. Para garantir políticas de saúde de qualidade para toda a população não basta boa gestão, é necessário contar com o engajamento de atores da sociedade civil que monitorem, contribuam e advoguem por elas".

A segunda frente, de promoção da saúde, dedica-se a políticas públicas que reduzam a incidência de fatores de risco comportamentais na população, como o consumo de alimentos ultraprocessados e o sedentarismo.

A terceira frente busca elevar a produtividade dos recursos humanos e melhorar sua distribuição. Por fim, a quarta frente busca eliminar as barreiras que impedem a inovação nas políticas de saúde e identificar políticas de alto impacto que possam ganhar escala nacional.

De acordo com o superintendente geral da Umane, Thais Junqueira, a extrema desigualdade social tem um impacto no enfrentamento de uma série de fatores de risco para doenças e condições crônicas de saúde. "O Brasil tem em torno de 160 milhões de usuários dependentes do SUS, o maior sistema de saúde gratuito do mundo. Organizações da sociedade civil, quando trabalhando de modo organizado, podem contribuir para melhorar esse cenário à medida que podem testar soluções e inovações para, ao longo do tempo, serem incorporadas para beneficiar o sistema público”, destacou.

Procurada pelo JC, a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) informou que os detalhes sobre o projeto - como em quais unidades de saúde ele será implementado - só devem ser comunicados na próxima semana pela área da atenção básica do município. 

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