POLUIÇÃO

Quase uma tonelada de piche e lixo é retirada das praias de Fernando de Noronha neste fim de semana

Material foi recolhido por equipes do ICMBio, do Projeto Tamar, militares, funcionários da administração da ilha e moradores voluntários

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Margarida Azevedo

Publicado em 15/08/2021 às 21:01 | Atualizado em 15/08/2021 às 21:48
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Quase uma tonelada de piche (restos de óleo) e lixo foi recolhida em praias no arquipélago de Fernando de Noronha neste fim de semana, chamando a atenção de moradores, comerciantes e turistas da ilha. Foram 400 quilos no sábado e 500 quilos no domingo, segundo a chefe do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Carla Guaitanele. Ela disse que é normal chegar lixo do oceano, mas desta vez a proporção ficou bem acima do observado. Um mutirão envolvendo diversas instituições e voluntários coletou o material. O trabalho deve continuar durante esta semana.

Paralelamente, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) monitorou o arquipélago neste domingo. No sobrevoo, a Marinha do Brasil informou que não encontrou vestígios de óleo ou lixo no mar. As amostras de óleo coletadas serão analisadas pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), que fica no Rio de Janeiro.

Participaram do mutirão militares da Capitania dos Portos de Pernambuco, equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão do parque nacional; da Fundação Projeto Tamar; e da administração da ilha, além dos voluntários. Empresários ajudaram doando equipamentos de proteção individual (EPIs).

"O dia hoje (domingo) foi extremamente frutífero graças ao empenho de tanta gente envolvida, cerca de 50 pessoas. A coleta do piche junto com lixo oceânico aconteceu nas Praias do Sueste, Atalaia e Enseada do Abreu. Todo o material foi pesado e acondicionado para a destinação correta. Resgatamos uma tartaruga de pente, já solta no Atalaia e sem presença de óleo", explicou Carla Guaitanele.

"Nesta segunda-feira continuaremos o monitoramento nas praias com coletas pontuais e focaremos maior esforço de limpeza no mangue do Sueste, salvo ocorra alguma alteração no fluxo de chegada do lixo", afirmou a chefe do parque nacional.

"É normal chegar lixo oceânico, principalmente garrafas e tampinhas. Mas desta vez veio fora de proporção. Permanentemente fazemos o monitoramento diário, mas nunca observamos essa quantidade toda. O trabalho de formiguinha, feito por tanta gente que ajudou na coleta do material, foi importante. Houve uma grande mobilização", comentou Carla Guaitanele.

APOIO

Amostras do lixo também deverão ser analisadas pelo ICMBio, na tentativa de identificar a origem do material. "Não dá para saber a origem. Todo o material está em bags na concessionária que faz a limpeza da ilha para depois ser levado para o continente. Está separado e marcado pois é considerado um lixo perigoso", explicou Carla.

O diretor de infraestrutura e sustentabilidade da administração do arquipélago, Artur Gusmão, informou que o governo estadual ajudou com EPIs, equipamentos e pessoal. Hoje, a superintendente de Meio Ambiente, Mirella Moraes, deve chegar na ilha para acompanhar o trabalho. "A gestão do parque é do ICMBio, mas nos colocamos à disposição para ajudar e apoiar no que for preciso", destacou Artur.

NORDESTE

Dois anos atrás, Estados Nordestinos foram surpreendidos com manchas de óleo nas suas praias. Estuários e manguezais sofreram com o petróleo, que além de prejudicar o meio ambiente comprometeu a renda de milhares de pescadores. Também houve mutirões para retirar o material da natureza.

 

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