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Universitários enganados por serviço de assessoria realizam sonho da festa de formatura

Os alunos haviam fechado um pacote de formatura com uma empresa de eventos, mas se viram enganados após a mesma declarar falência em setembro deste ano

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Julianna Valença

Publicado em 23/10/2021 às 8:00 | Atualizado em 23/10/2021 às 11:07
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O que parecia ser um final triste foi transformado em sonho novamente para três turmas de formandos dos cursos de Direito, Fisioterapia e Nutrição de instituições de ensino do Recife. Os alunos haviam fechado um pacote de formatura com uma empresa de eventos, mas se viram enganados após a mesma declarar falência em setembro deste ano. Os universitários souberam da notícia através de uma rede social e não foram ressarcidos.

A festa de formatura da turma de Nutrição 2019.2 estava marcada para acontecer no dia 30 de março, mas teve a data adiada duas vezes pela empresa inicial. "Enfrentamos dificuldade com a antiga empresa desde 2018, eles não pagavam ou atrasavam os serviços terceirizados, tínhamos que ficar cobrando. E aí, quando parecia que tudo estava bem, aconteceu deles declararem falência e não nos comunicar nada. Foi um baque", relata Rafaelly França, integrante da comissão de formatura da turma de Nutrição.

Ao saber do ocorrido, a casa de recepções Blue Angel, que era um dos serviços contratados para realizar a festa das turmas, decidiu agir em prol dos formandos. A empresa buscou parceiros, como a assessoria LJ Produções, para não deixar os alunos “na mão” e realizar a festa. “Falamos com os nossos parceiros e fizemos o evento de forma unificada. Na quarta-feira (20), realizamos o culto das três turmas e vamos fazer o baile ainda essa semana”, declarou o empresário Renato Mello, dono da casa de recepções.

Ava Cavalcanti/LJ Produções
Culto ecumênico - Ava Cavalcanti/LJ Produções

As turmas já haviam pago parte do valor contratual da casa de festa e, somado a ele, os formandos precisaram desembolsar uma taxa simbólica de R$ 200, para realizar o grande sonho da festa de formatura. “Era como se eles juntos tivessem pago três eventos, então conseguimos contratar os serviços sem prejudicar ninguém”, explicou Renato.

O culto ecumênico foi oferecido aos formandos com o serviço completo: casa de festa, buffet, decoração, iluminação, cerimonial, fotografia, filmagem e banda. Além disso, os alunos também puderam usufruir da estrutura do estúdio fotográfico, para ter as emblemáticas fotos de formatura.

A formanda Jacy Borges, da turma de Nutrição 2019.2, se emocionou quando chegou ao evento. "A gente viu um sonho que foi por água abaixo retornar, reacender. Parecia que estávamos sonhando, foi uma alegria muito grande quando chegamos na festa. Quando eu quando vi aquele lugar lindo, maravilhoso, não consegui achar que estava vivendo a realidade, eu caí no choro de alegria", relatou.

"Apesar de todo o transtorno e da pandemia, foi tudo incrível, realmente sem palavras. O serviço foi perfeito. Foi minha mãe foi e minha família, em um número mais reduzido por causa das restrições, mas tudo muito bem protocolado e com segurança", declarou Rafaelly França.

Relembre o caso

 

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Estudantes foram até a Delegacia do Consumidor na manhã desta segunda-feira (27) denunciar o caso. Na foto, Amanda Monteiro, graduanda em Administração - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Vários universitários procuraram a Delegacia de Polícia do Consumidor, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, no dia 27 de setembro, para denunciar uma empresa de eventos especializada em formatura. As vítimas declararam que o serviço contratado declarou falência por meio das redes sociais e não houve reembolso do que havia sido pago em contratos.

Segundo os alunos, cerca de 50 turmas foram prejudicadas em todo Estado. Em nota, a empresa informou que não tem mais como realizar a produção de eventos e que tentou de diversas formas reverter os problemas financeiros devido a pandemia da covid-19. Ainda, afirma que pretende promover o ressarcimento dos valores recebidos na esfera judicial cível.

O gestor comercial Darlan Livingstone, de uma empresa terceirizada pela que fechou, foi outro que procurou a delegacia. "Também fomos surpreendidos, tanto quanto as turmas, do fim do nosso contrato, onde também ficamos com valor a ser recebido, em torno de R$ 6 mil a R$ 8 mil", afirmou.

Segundo a Polícia Civil, o caso segue sob investigação por meio da Delegacia de Polícia de Repressão ao Estelionato.

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