POLÍCIA

"A gente quer justiça, quer que ele perca a farda", diz viúva de sargento que morreu após ser atropelado por PM

Além do sargento reformado, outras quatro pessoas da mesma família foram atropeladas em frente de casa

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Cinthya Leite

Publicado em 15/11/2021 às 20:04 | Atualizado em 17/11/2021 às 18:14
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Com informações da TV Jornal

Parentes e amigos do sargento João Batista Ferreira da Silva, 56 anos, vítima de um atropelamento na sexta-feira (12), protestaram no cruzamento da Rua Bom Pastor com a Mário Álvares, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, nesta segunda-feira (15). O sargento reformado não resistiu aos ferimentos e faleceu no sábado (13), no Hospital da Restauração, no Derby, área central da cidade. As outras quatro vítimas sofreram escoriações. Um policial militar é suspeito de ter atropelado essas cinco pessoas.  

Durante o protesto, a família e os amigos de Batista atearam fogo em entulhos e pneus, além de terem segurado faixas e cartazes pedido justiça pela morte do sargento. A viúva de Batista, Cleonice Pereira, participou do ato e permaneceu todo o tempo abraçada com a foto do marido. "Meu esposo trabalhou por 35 anos, a gente quer justiça, quer que ele (o PM) perca a farda, que ele pague pelo que fez. Estou arrasada. A razão de viver acabou, perdi meu esposo. Eu queria que ele viesse com vida do hospital para cuidar dele em casa", contou Cleonice, à reportagem da TV Jornal.

Ela foi uma das pessoas que também foram atropeladas e teve ferimentos leves. "Pensei que não sairia dali com vida. Estava sentada, do lado dele (do marido), todo mundo conversando. Quando a gente viu, o carro estava em cima já. Eu tentei tirar o pé debaixo do carro e não consegui. Quando ele (o motorista) deu ré com o carro, foi que eu consegui sair. Quando vi, meu marido estava naquela situação, comecei a gritar desesperada, e a gente está querendo justiça, porque assim não pode ficar", acrescentou Cleonice. 

O filho do sargento, o estudante Rafael Ferreira, lamentou a perda do pai e denunciou que, após o acidente, os policiais militares que estiveram no local recolheram a farda do cabo de outros materiais que estavam no carro.  

Além do sargento reformado, outras quatro pessoas da mesma família foram atropeladas em frente de casa, onde funcionava uma barraca de pastel. Elas tiveram ferimentos leves, foram atendidas e medicadas. No domingo (14), o corpo do sargento Batista foi sepultado no Cemitério da Várzea, Zona Oeste do Recife. 

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