Covid-19

"Não é hora de baixar a guarda", dizem as academias de Medicina e Ciências de Pernambuco, em nota conjunta sobre a pandemia

Texto assinado pelos presidentes das duas academias pede união da população e sugere que as aglomeraçãoes sejam evitadas, com um olhar preventivo para o futuro

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JC

Publicado em 12/02/2022 às 20:17 | Atualizado em 13/02/2022 às 2:57
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A Academia Pernambucana de Medicina e a Academia Pernambucana de Ciências, publicaram nota conjunta neste sábado (12), demonstrando preocupação com o avanço da covid-19 no Estado. O texto alerta sobre as consequências da doença e o quadro de pós-infecção causado pelo vírus. O documento afirma que muitos distúrbios metabólicos, neurológicos, reumáticos, auditivos e visuais vêm
alarmando especialistas. No caso das ciranças infectadas, merece atenção a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, com duração de
vários meses após a alta hospitalar. O problema tem provocando sofrimento e até morte de crianças.

"Não se sabe ainda as extensões dos danos futuros causados pela infecção por SARS-Cov-2, o que causa enorme preocupação em relação aos possíveis danos físicos e mentais pós-infecção. Apesar da inegável redução dos danos da doença, entre as pessoas completamente vacinadas, as vacinas disponíveis não são capazes de controlar totalmente a disseminação do vírus, principalmente de suas variantes, como a ômicron. Por este motivo é fundamental que toda a população elegível para vacinação procure os postos de saúde, para manter sua vacinação em dia", diz o texto.

A nota também corrobora a decisão do governo de Pernambuco de suspender o Carnaval e apela à população que evite aglomerações. 

Veja o conteúdo completo da nota: 

A PANDEMIA CONTINUA: ESSENCIAL PRESERVAR VIDAS
Nota das Academias Pernambucana de Ciências (APC) e de Medicina (APM)


O momento atual é muito desafiador em relação ao número de casos de pessoas infectadas pelo SARS-Cov-2 aumentando em todo o mundo, com mais de 2.5 milhões de casos por dia. Em Pernambuco, a Secretaria de Saúde está abrindo semanalmente leitos de enfermaria e de UTI, e mesmo assim a taxa de ocupação continua acima de 80%, situação que vem se agravando em todo o País. Após uma aparente calmaria, o número de óbitos vem aumentando de forma acentuada, ultrapassando 1000 mortes no Brasil e 12 mil mortes no mundo diariamente. O crescimento exponencial nos casos de COVID-19 gera uma situação inaceitável, impactando nos serviços e na qualidade de vida das pessoas (com ênfase nos, tão sacrificados, profissionais de saúde). Muitos distúrbios metabólicos, neurológicos, reumáticos, auditivos e visuais, observados como consequência da doença, vem alarmando especialistas.

A Síndrome Inflamatória Multissistêmica, com duração de vários meses após a alta hospitalar, vem provocando sofrimento e óbito nas nossas crianças. Não se sabe ainda as extensões dos danos futuros causados pela infecção por SARS-Cov-2, o que causa enorme preocupação em relação aos possíveis danos físicos e mentais pós-infecção. Apesar da inegável redução dos danos da doença, entre as pessoas completamente vacinadas, as vacinas disponíveis não são capazes de controlar totalmente a disseminação do vírus, principalmente de suas variantes, como a Ômicron.

Por este motivo é fundamental que toda a população elegível para vacinação procure os postos de saúde, para manter sua vacinação em dia. Mais que isto, é crucial reduzirmos a circulação do vírus também por meio das medidas não-farmacológicas: higienização das mãos, uso de máscaras e distanciamento social. É de extrema importância que quaisquer tipos de aglomerações sejam proibidos a partir deste momento, como festas particulares, eventos artísticos onde o controle de passaporte de vacinas e o número de participantes é de difícil  monitoramento, circulação em ônibus sem o uso de máscaras e aberturas de novos postos de vacinação para evitar aglomerações.

As Academias Pernambucana de Ciências e de Medicina corroboram a decisão governamental da não realização do carnaval de 2022, e fazem aqui o apelo para que juntos (governos, empresas e cidadãos) façamos a nossa parte, para preservar a saúde de nossas famílias, amigos e semelhantes. Vamos cuidar de todos, principalmente das crianças que são o nosso futuro. O momento é de se unir, continuar mantendo os cuidados preventivos e de se vacinar, sempre que chegar sua vez. Não é hora de baixar a guarda, e
só com a ajuda de todos conseguiremos sair desta situação de emergência sanitária.

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