Famílias ocupam antigo prédio do IBGE no Centro do Recife

Com informações da TV Jornal

Uma ocupação teve início na manhã desta quarta-feira (8) no prédio que fica na Rua do Hospício, ao lado do antigo Ginásio Pernambucano. A estrutura pertence ao governo federal e já foi sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O edifício está desocupado há anos, segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e, atualmente, estava sendo protegido por um vigilante de uma empresa particular, que não conseguiu dar conta da multidão.

Por volta das 5h, famílias entraram e, em poucos minutos, se alojaram no térreo e nos três andares do prédio. Ana Paula Silva, uma das representantes do movimento, disse que a reivindicação é que o espaço seja transformado em moradia popular.

"Por ser Dia Internacional das Mulheres e sabendo a deficiência da moradia em Pernambuco, nós, mulheres, resolvemos ocupar esse prédio para que seja voltado à habitação de interesse social, para o povo que não tem casa. As famílias são oriundas de várias comunidades em Campo Grande, Peixinhos, Campina do Barreto, Chão de Estrelas, estão na luta com o movimento e não tiveram resolução por parte do Estado, do município. Elas moram em casa de parente, muitas moram nas ruas, pagam aluguel e muitas vezes deixam de comer para pagar aluguel, pois a situação está difícil", disse Ana Paula.

Nova ocupação

Essa não é a primeira vez que o edifício é ocupado. Em 2010, cerca de 150 famílias entraram no local também reivindicando moradia popular. Na ocasião, as pessoas foram retiradas após um mandado de reintegração de posse.

Equipamentos do IBGE ainda continuam em várias salas, como computadores, ventiladores, aparelhos de ar e no estacionamento há seis veículos. Cristiane Pedrosa, uma das coordenadoras da ocupação, disse que o material não foi danificado e que os responsáveis podem retirá-los a qualquer momento. "O que queremos é a ocupação do prédio para essas famílias necessitadas", disse Cristiane.

Participando da ocupação, Gabriela Oliveira disse que as famílias irão limpar o prédio e estão cuidando da estrutura para que as famílias não corram nenhum risco no local. "Vamos limpar, o gesso caindo, vamos retirar. Podemos ficar aqui até ter uma resposta. Já vínhamos acompanhando o prédio, esse tempo todo desocupado, víamos famílias sofrendo, sem condição de pagar aluguel, e é preciso ajudar, já que o governo não ajuda", pontuou.