POLÍCIA

Corregedoria diz apurar ação policial que resultou na morte de criança de 6 anos em Porto de Galinhas

Departamento de Inspeção (DEPINSP) da Corregedoria disse ter enviado equipes a Porto de Galinhas para "colher as informações". Polícia Civil investiga o caso

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Katarina Moraes

Publicado em 31/03/2022 às 14:55 | Atualizado em 31/03/2022 às 20:38
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A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) informou, nesta quinta-feira (31), que determinou "imediata averiguação" da ação policial que resultou na morte de uma criança de 6 anos em Porto de Galinhas, Litoral Sul do Estado, nessa quarta (30).

Por nota, o Departamento de Inspeção (DEPINSP) da Corregedoria, responsável pelo Grupo Tático de Ações Correcionais (GTAC), disse ter enviado equipes a Porto de Galinhas para "colher as informações, para verificar se há indícios de autoria e de materialidade por conduta que represente infração disciplinar, visando a subsidiar um procedimento apuratório."

Heloysa Gabrielly estava na frente de casa, na Comunidade Salinas, brincando quando foi atingida por disparos de arma de fogo no peito. A Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) informou que a fatalidade aconteceu durante uma troca de tiros com traficantes, mas testemunhas negam.

O pai da criança contou, em entrevista à TV Jornal, que os policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) já “desceram atirando”, e que não viu outro grupo revidar.

“Minha menina brincava de bicicleta na rua, e eles já desceram atirando. A vizinha disse que ela foi atingida. Peguei minha menina no braço, que já estava virando os olhos, e disse [ao policial] ‘seu filho da p***, você matou minha filha. Me jogaram na viatura para socorre-la para o hospital, e diziam: ‘vocês não viram que eles atiraram?’, e eu dizia que não vi nada”, disse o homem, abalado.

O tio também estava no local e disse que, aparentemente, a polícia estava seguindo um homem que passava de moto, mas que ele não atirou contra o BOPE. “O menino não atirou em polícia nenhuma, ela que chegou atirando, amedrontando a população. A ação foi desnecessária. Naquela rua só tem criança brincando e pai e mãe assistindo televisão o dia todo”, afirmou.

Os PMs que participaram da ocorrência que resultou na morte da menina chegaram ao Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), no Recife, com a viatura com marcas de tiros. Eles entregaram três armas, que serão periciadas. Em depoimento, contaram ter atirado contra um suspeito que estaria armado em uma motocicleta e efetuado disparos contra a guarnição.

O caso é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco que informou estar apurando "as circunstâncias da morte de uma criança, na comunidade de Salinas, em Porto de Galinhas, onde há uma operação da PMPE para combater associações criminosas com atuação no tráfico de drogas", e que é "prematuro, neste momento, fazer afirmativas.

 

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