SAÚDE

Turista mordido por tubarão em Fernando de Noronha volta para Rondônia, onde dará início a tratamento

Fonoaudiólogo antecipou volta para terra natal pela necessidade de passar por consultas ortopédicas

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Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 22/04/2022 às 15:28 | Atualizado em 25/04/2022 às 12:08
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Com informações da TV Jornal

O fonoaudiólogo Luiz Eduardo Barbosa, de 34 anos, está a caminho de Porto Velho, Rondônia, onde mora, para dar início a tratamento no pé, que foi mordido por um tubarão em Fernando de Noronha nessa quinta-feira (21).

Inicialmente, sua volta estava programada para este domingo (24), mas o turista antecipou a viagem pela necessidade de passar por consultas ortopédicas.

O caso aconteceu na Praia da Cacimba do Padre. Luiz estava tomando banho de mar quando o animal abocanhou seu pé. “Só eu sei a dor que senti; tomei 8 ml de morfina para parar. Todo mundo da praia me viu vomitando e gritando de dor, e a extensão do meu machucado é muito grande”, disse.

Ele foi socorrido consciente e orientado até o Hospital São Lucas, o único do arquipélago, por volta das 15h, quando foi atendido pela equipe de plantão.

Lá, fez um raio-x, tomou medicamentos e passou por sutura no local do ferimento. Logo após, já recebeu alta. Mesmo assim, ele disse que corre “grave risco de não ter movimentação no dedo”.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que, durante o atendimento médico, foi ofertada a transferência para atendimento hospitalar no Recife, porém o próprio paciente disse preferir retornar para o Estado de origem para dar seguimento ao seu tratamento junto ao seu plano de saúde.

Segundo o fonoaudiólogo, ele escolheu retornar a Rondônia porque teria que arcar com os custos da viagem, e alega uma falta de assistência do governo.

“Me deram a escolha de me encaminhar para o ortopedista em Recife, mas eu tinha que pagar hospedagem, medicação, acompanhamento médico e minha viagem para Rondônia novamente”, contou.

HISTÓRICO

O ataque de tubarão a um turista em Fernando de Noronha, nesta quinta-feira (21), é o décimo registrado desde 2015 na ilha, segundo o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Nenhum com morte.

Levantamento do órgão, vinculado ao governo estadual, mostra que foram quatro banhistas e cinco surfistas vítimas de tubarões. O caso desta quinta, evidentemente, ainda não está anotado pelo Cemit, que mostra as ocorrências até o último dia 25 de fevereiro.

A Praia da Cacimba do Padre, justamente a que ocorreu o episódio nesta quinta, aparece com três registros. Baía do Sueste e Praia da Conceição tiveram dois casos, cada uma. Os demais foram nas Praias do Leão e do Bode.

Entre as nove vítimas, quatro levaram mordidas nas pernas, três em um dos braços, um na mão e outro na face e pescoço.

Especialista faz alerta

O professor do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Jonas Rodrigues, disse que apesar da pouca gravidade do ataque de hoje é preocupante o que está acontecendo em Noronha.

"Este é o décimo ataque de tubarão em Noronha desde 2015, é um sinal de que é preciso tentar entender porque está havendo essa interação maior entre o animal e os banhistas", alertou o professor.

Professor Jonas disse ainda que já há estudos sobre os tubarões de Noronha mas, especificamente em relação aos ataques, ele entende que deveriam ser tomadas medidas imediatas para tentar evitar novos incidentes.

"As praias da ilha poderiam ser sinalizadas de acordo com o risco maior ou  menor de ataques de espécies nativas. Além disso, poderia haver um trabalho maior de educação ambiental com os visitantes que chegam à ilha, com a realização de palestras sobre a fauna local, explicando os hábitos dos principais animais e os riscos e cuidados que o visitante deve observar ao entrar no mar", afirmou o professor.

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