PROTESTO RECIFE: famílias sem-teto afetadas pela chuva protestam por moradia no Centro do Recife
O 16º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) está acompanhando o protesto no Recife, que acontece de forma pacífica
Famílias que foram afetadas pelas chuvas de 2022 no Grande Recife fazem um protesto por moradia na manhã desta quinta-feira (26) no centro da capital pernambucana.
Atualmente, elas vivem no prédio do Conselho Regional de Contabilidade de Pernambuco (CRCPE), no bairro da Boa Vista, em ocupação organizada pelo Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho (MLTT).
O grupo passou pela Rua Soledade, pela Avenida Conde da Boa Vista e, agora, está em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual.
Depois, vão até a Prefeitura do Recife, reivindicando pela abertura do diálogo com o poder público.
"Há mais de 5 meses reivindicamos uma reunião com a secretaria de Habitação, da Prefeitura do Recife, que não respondeu até o momento", disse o coordenador geral do MLTT, Davi Lira.
O 16º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) está acompanhando o ato, que acontece de forma pacífica.
"Estamos indo de forma pacifica, diferente dos atos de 8 de janeiro. Aqui é movimento de família, que tem uma pauta e uma reivindicação e que está lutando por dignidade", afirmou Davi.
Ocupações no Recife
No último mês, o JC mostrou quemais de 520 famílias passaram a ocupar prédios abandonados no Centro a partir da crise econômica agravada pela pandemia da covid-19 e pela emergência das chuvas, que deixaram milhares de desalojados e desabrigados na Região Metropolitana.
A maior delas é justamente a do MLTT, com cerca de 350 famílias morando no edifício. “Meu barraco caiu e eu não tinha para onde ir”, contou uma delas, Laudiceia Antônia, que morava em Jardim Monte Verde, no Ibura.
"Perdi tudo nas chuvas, é a primeira vez que estou morando em uma ocupação e estou em busca de uma moradia digna, porque ninguém merece viver nas condições que vivemos. Não dormimos bem e ficamos preocupados que outras pessoas possam chegar aqui e invadir", contou o ambulante Alex Wanderson.