Familiares de turistas pernambucanos que ficaram sem hospedagem e comida vão acionar a Justiça contra agência que descumpriu o contrato

Familiares dos turistas pernambucanos que fazem uma viagem com roteiro religioso entre Egito e Israel, quando foram surpreendidos pela notícia de que a empresa Sevagtur Religioso, não havia pago pelos serviços da viagem, vão recorrer à Justiça para que medidas legais possam ser tomadas com relação à empresa responsável pelo pacote turístico.

A maioria dos 43 pernambucanos que embarcaram de Recife no último dia 11 de março são pessoas idosas e muitos não têm condições financeiras para custear novas despesas, que até então eram oferecidas dentro do roteiro vendido pela Sevagtur Religioso.

O advogado Leonardo Lemos Rodrigues afirmou que no último contato com seus pais, o comerciante aposentado Daniel Rodrigues, de 82 anos, e a médica Eliane Rodrigues, 78 anos, eles estavam apreensivos sobre a situação da hospedagem, que conseguiram de improviso até meio-dia deste sábado (18), e do transporte.

“Na fronteira com o Egito, eles ficaram ao relento, sem água, foram totalmente largados. Foi muito angustiante para nós que aqui do Recife estamos pressionando a operadora para tentar dar um suporte”, disse Rodrigues, em entrevista ao JC.

Ele conta que seus pais sempre costumavam viajar, mas na companhia dos filhos. Desta vez, eles não puderam ir por causa dos compromissos com os seus respectivos trabalhos e confiaram nos serviços que estavam sendo propostos pela Sevagtur Religioso.

“Nos venderam a imagem de cuidado, de que era uma viagem só para idosos, de que iria ter guias nos locais, mas não teve nada disso. É desesperador porque são muitos idosos, muitos não falam inglês, fora a questão de saúde. A medicação dos meus pais está sob controle, mas já ficamos sabendo que há pessoas perdendo algumas medicações porque precisavam estar na geladeira”, afirmou o advogado.

Leonardo vai acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para apresentar a denúncia por suspeita de fraude e abandono do grupo de idosos. Além disso, ele tem feito contato com familiares de outras vítimas do golpe que estão nesse grupo para conseguir uma nova agência para viabilizar hospedagem e transporte.

O médico Fábio Queiroga, de 45 anos, que está entre os turistas, disse que a situação tem sido difícil e que a proprietária da Sevagtur Religioso, Suzana Aguiar, que acompanha os pernambucanos neste roteiro, não tem feito nada para reverter a situação. Apenas disse que não tinha mais dinheiro para pagar os custos prometidos aos turistas com relação a alimentação, transporte e hospedagem.

“Graças a Deus tem um grupo chamado Obras de Maria, que nós entramos em contato e eles se comoveram, porque a Suzana não está fazendo nada, e conseguiram um novo local para nos hospedar em Belém. Nós já estamos seguindo para lá. Provavelmente vamos conseguir seguir viagem para esperar a nossa volta, na próxima quinta-feira (23)", explicou Fábio Queiroga.

Segundo Ivanildo Silva, consagrado da Obra de Maria, uma equipe em Israel já foi colocada a disposição para dar suporte aos turistas. "A equipe está atenta as necessidades a fim de dar o suporte ao que eles precisam. E definindo junto com o grupo os próximos passos", assegurou Ivanildo. "Nós estamos com centenas de peregrinos nossos neste período e serão mais de 2 mil até Pentecostes. Então nossa base está bem reforçada lá", completou. 

Resposta da Sevagtur

Procurada pela reportagem da TV Jornal, a proprietária da Sevagtur Turismo, Silvana Aguiar, esclareceu que a empresa que está responsável pela viagem é a Sevagtur Religioso, que pertence a irmã dela, Suzana Aguiar, que está na viagem junto com os turistas pernambucanos.

Ainda de acordo com Silvana, a família está tentando resolver todos os assuntos relacionados a esta situação, mas não deu prazo para a resolução do problema.