Trabalhadores rurais reivindicam a desapropriação de suas terras e exigem audiência com novo superintendente do Incra-PE

Mais de 400 famílias que fazem parte da Comissão Pastoral da Terra Nordeste (CPT), vindas das quatro regiões do estado, estiveram nesta terça-feira (18), na sede do Incra Pernambuco (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no Aflitos, na Zona Norte do Recife, para reivindicar a desapropriação de suas terras.

De acordo com os trabalhadores rurais, eles estão sendo ameaçados de despejo. "Essas famílias vieram da Zona da Mata Sul e Norte, do Agreste e do Sertão de Pernambuco, reivindicar a desapropriação de suas terras, onde vivem há mais de 50, 60 anos. Não é de hoje que essas comunidades vêm solicitando do Incra a desapropriação, pois sofrem diariamente ameaças de serem expulsas de suas terras", detalhou Giovani José da Silva, agente da Comissão Pastoral da Terra Nordeste (CPT).

Ainda de acordo com o representante da CPT, o grupo exige uma audiência com o novo superintendente do Incra Pernambuco, Givaldo Cavalcante Ferreira, empossado na última sexta-feira (14).

"A última vez que essas comunidades vieram aqui no Incra foi em 2015, antes do golpe que deram na presidenta Dilma, em 2016. Então, por isso que essas comunidades vieram em peso das quatro regiões do estado, pois queremos levar essas reivindicações direto ao superintendente do Incra", falou Giovani José da Silva, que também afirmou que a Comissão Pastoral da Terra Nordeste quer uma atitude do governo do estado e também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Jornada Nacional de Luta pela Terra

Na segunda-feira (17), as entidades que lutam pelos trabalhadores rurais comemoraram o Dia Internacional de Lutas Camponesas. O dia marca os 27 anos do massacre que aconteceu na Curva do S, em Eldorado do Carajás, onde a Polícia Militar do Estado do Pará assassinou 21 Sem Terra. Por essa razão e devido a comoção internacional sobre esse episódio da história, o dia 17 de abril foi instituído como marco nacional e mundial da luta camponesa em defesa da Reforma Agrária.

Diante disso, desde o massacre de Eldorado do Carajás, todos os anos no mês de abril, o Movimento Sem Terra (MST) realiza a Jornada de Luta em Defesa da Reforma Agrária, em luto e luta pelos 21 Sem Terra assassinados em decorrência do massacre.

"Essas comunidades estão aqui no Incra, nesse mês de abril, justamente porque é um mês de luta para nós, de direito, de justiça e por uma vida digna", declarou Giovani José da Silva, agente da Comissão Pastoral da Terra Nordeste (CPT).