No Recife, palestinos convocam ato e israelitas cancelam evento diante guerra
Comunidades em Pernambuco têm se manifestado sobre guerra que já deixou mais de 4 mil mortos
Comunidades israelitas, palestinas e seus respectivos apoiadores têm se manifestado no Recife contra mais uma guerra deflagrada no Oriente Médio. Cada uma defendendo os próprios ideais, ambas pedem paz diante das mais de 4 mil mortes já registradas até esta segunda-feira (16) em mais um conflito provocado pela histórica disputa no território.
Na próxima quinta-feira (19), a Aliança Palestina Recife (APR) vai realizar um ato em solidariedade à Palestina, devido aos bombardeios feitos por Israel na Faixa de Gaza em resposta aos do grupo Hamas, que iniciou o embate em 6 de novembro.
A manifestação vai acontecer às 17 horas no Parque 13 de Maio, que divide os bairros de Santo Amaro e Boa Vista, na área central do Recife. Foram convocados entidades da sociedade civil, movimentos sociais, partidos políticos, lideranças ligadas aos direitos humanos e a população em geral.
André Frej Hazineh, um dos integrantes do movimento, que surgiu em 2014, pede pelo cessar fogo em Gaza, alegando uma desproporção de forças militares entre Israel e a Palestina. “Vamos manifestar solidariedade ao povo palestino e clamar por um cessar fogo imediato diante dessa tragédia humanitária que estamos presenciando. Estamos aterrorizados”, afirmou o representante.
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Em contrapartida, a Federação Israelista de Pernambuco (FIPE) anunciou, nesta segunda-feira (16), o adiamento da 32ª edição do Festival da Cultura Judaica, que aconteceria em 29 de outubro na Rua do Bom Jesus (Antiga Rua dos Judeus), no bairro do Recife.
A festa, que está presente no calendário cultural da capital pernambucana desde 2005, só deve voltar a acontecer quando a guerra for encerrada, segundo coordenador de comunicação da Fipe e professor de história judaica Jader Tachlisky.
“O objetivo do festival é um momento de encontro da comunidade judaica de Pernambuco com a população mais ampla. Trabalhamos aspectos culturais, artísticos, gastronômicos, momento de compartilhar a cultura com a sociedade. Uma das principais expressões do festival é através da música e da dança. Isso, neste momento, não se mostrou adequado”, completou.
Segundo a Fipe, a comunidade israelita no Grande Recife tem em torno de 1.500 pessoas. Já a APR afirma que, no Estado, há 5 mil membros palestinos, sendo a maioria cristã.