CRISE CLIMÁTICA

NORDESTE PELA RESILIÊNCIA: em Pernambuco, 73% das crianças vivem na pobreza e crise climática amplia desigualdades

Quem mais paga pelo desequilíbrio climático são as populações mais pobres

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JC

Publicado em 30/10/2023 às 18:34 | Atualizado em 30/10/2023 às 18:36
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A crise climática é uma fábrica de produção de pobreza e de desigualdades sociais. Quanto mais mudanças climáticas acontecem no planeta, mais as pessoas sofrem, perdem e precisam recomeçar.

Por isso, a relação entre crise climática e pobreza é tênue. E quem mais paga pelo desequilíbrio climático são as populações mais pobres. As crianças e adolescentes entre elas.

Levantamento recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), revelou que 73,4% das crianças e adolescentes viviam em situação de pobreza em Pernambuco em 2022. Os dados são do relatório "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil", lançado pelo Unicef alguns dias antes do Dia das Crianças de 2023.

O estudo mostra, ainda, que a situação já foi pior. Em 2019, a pobreza atingia 77% das crianças no Estado.

COMBATER A CRISE CLIMÁTICA COM EDUCAÇÃO E ORIENTAÇÃO

Com o objetivo de reduzir os riscos a que as comunidades pobres estão expostas, a Visão Mundial, em parceria com o Bureau de Assistência Humanitária (BHA) da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), lançou mo mês de agosto o projeto Nordeste pela Resiliência Climática.

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
O objetivo do projeto é ampliar o conhecimento e a prevenção para a redução de riscos a desastres em comunidades no Nordeste. Além de fortalecer a resiliência diante das severas consequências das mudanças climáticas, especificamente chuvas intensas, inundações e deslizamentos de terra - FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O objetivo do projeto é ampliar o conhecimento e a prevenção para a redução de riscos a desastres em comunidades no Nordeste. Além de fortalecer a resiliência diante das severas consequências das mudanças climáticas, especificamente chuvas intensas, inundações e deslizamentos de terra.

O projeto está sendo executado em Pernambuco, Alagoas e na Bahia, com uma previsão inicial de duração de dois anos.

A equipe da Visão Mundial atua nos três estados para reduzir a perda de vidas, de bens materiais e de meios de subsistência. Para isso, implementa um programa focado na Política e Prática de Redução de Risco a Desastres (DRRPP).

Além de contribuir para salvar vidas, o projeto estimula a aproximação do poder público com as comunidades de áreas de risco, viabilizando a promoção de ações contínuas de prevenção sustentável, mesmo após o término do projeto.

PROJETO ATENDE A 18 MUNICÍPIOS DE TRÊS ESTADOS DO NORDESTE

Ao todo, 18 municípios estão sendo contemplados com a iniciativa. Confira as cidades por estados: 

Pernambuco: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Paulista, Abreu e Lima e Igarassu; 

Alagoas: Maceió, Marechal Deodoro e Rio Largo;

Bahia: Porto Seguro, Belmonte, Santa Cruz Cabrália, Eunápolis, Itamaraju, Jucuruçu, Prado e Teixeira de Freitas.

“Os efeitos mais graves das mudanças climáticas, tais como tempestades cada vez mais severas, enchentes, secas e deslizamentos de terra, são problemas de grande relevância para o Nordeste brasileiro. A frequência cada vez maior destas ocorrências na região têm resultado em perdas humanas e danos materiais significativos. Portanto, é fundamental aumentar a conscientização sobre as mudanças climáticas, seus impactos e maneiras eficazes de mitigá-los e adaptar-se a eles”, alerta Renata Cavalcanti, diretora de Operações da Visão Mundial.

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