Greve de ônibus do Recife: Tudo o que se sabe sobre possível paralisação
Os motoristas deram o sinal verde para um indicativo de greve e a decisão final sobre a paralisação será tomada no dia 7 de agosto
O Recife pode encarar em breve uma nova greve de ônibus. Isso porque os rodoviários aprovaram recentemente um indicativo de greve em duas assembleias volantes realizadas na última quinta-feira (01/08), nas garagens do Consórcio Novo Recife (Transcol e Pedrosa) e da empresa Globo, localizadas na Zona Norte da capital.
Já nessa segunda (05), os trabalhadores também votaram favoravelmente ao indicativo nas empresas Borborema e Metropolitana.
Até agora, os motoristas de 12 garagens de ônibus já aprovaram a paralisação.
Empresas que aprovaram 'indicativo de greve':
É importante lembrar, contudo, que o que está aprovado é o indicativo de greve.
- MobiBrasil
- Cidade Alta
- Borborema
- Globo
- Metropolitana
- Veracruz
- Viação Mirim
- Rodotur
- Itamaracá
- Consórcio Recife
- São Judas Tadeu
- Caxangá
Greve
Sérgio Prado, assessor do Sindicato dos Rodoviários, informou que a próxima etapa será uma reunião da diretoria do sindicato, agendada para esta quarta-feira (7). Durante essa reunião, será estabelecida a data oficial para o início da greve.
"Vamos comunicar a Justiça do Trabalho sobre a paralisação. A greve pode começar na próxima semana, mas a data exata ainda será definida. Emitiremos uma nota hoje (07/08) para informar sobre os próximos passos, mas a paralisação está prevista para a semana que vem", afirmou Sérgio.
Ele também ressaltou que o processo está seguindo o cronograma esperado. "É crucial que as negociações sejam conduzidas de maneira transparente e democrática. Esperamos que a Urbana, em colaboração com o governo estadual, apresente uma nova proposta. As ofertas atuais foram rejeitadas pela categoria, e é fundamental que uma proposta viável e aceitável seja apresentada para resolver a situação."
A decisão final será tomada pelo Sindicato dos Rodoviários, que tem a autonomia para declarar a greve sem a necessidade de uma nova assembleia, conforme detalhado no edital das assembleias volantes, segundo Aldo Lima, presidente do sindicato.
A categoria demonstra um forte desejo de greve, especialmente com a falta de progresso nas negociações salariais para 2024.
Impactos
As assembleias volantes acabaram nesta quarta. Agora, o sindicato deve se reunir para discutir sobre a paralisação geral. É importante frisar que as assembleias, desde o começo da semana, causaram impactos quanto ao funcionamento dos ônibus, pois as garagens ficaram fechadas, prejudicando o início das operações e afetando os passageiros que utilizam o transporte público logo cedo.
Na segunda-feira, por exemplo, vários usuários da Borborema reclamaram de atrasos no início da manhã. Já nessa terça, a Caxangá foi impactada. E, nesta quarta, as garagens Mobi Brasil e Conorte-PE também sofreram impactos.
O que significa indicativo de greve?
Importante lembrar, contudo, que o que está aprovado é o indicativo de greve.
O Indicativo de Greve é um aviso formal emitido pelos trabalhadores que define uma data provisória para o início de uma possível greve.
Embora estabeleça um prazo para a paralisação, essa decisão não é definitiva e pode ser ajustada conforme as circunstâncias e negociações em andamento.
Paralisação temporárias
Além do aviso de greve, os rodoviários anunciaram que realizarão novas paralisações temporárias do serviço nas ruas do Recife enquanto aguardam a decisão final sobre a greve.
“Hoje foi aprovado o indicativo de greve e acreditamos que ele será validado em todas as assembleias que iremos fazer nas garagens das empresas até o dia 7. Serão duas assembleias por dia, nas madrugadas. E, de fato, o sentimento da categoria é pela paralisação sim, porque não vimos nenhuma garantia em pontos cruciais para o trabalhador”, diz o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima.
Embora a categoria reconheça que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) apresentou propostas financeiras razoáveis, a falta de revisão das cláusulas coletivas, essenciais para os trabalhadores, diminui a eficácia dessas propostas.
“É o caso da implantação do plano de saúde, que a Urbana-PE não quis, se quer, assumir um compromisso oficial de que iria adotar mais na frente. Não tivemos isso amarrado, o que gera muita insatisfação na categoria. Outro aspecto é a questão do controle de jornada via GPS, aprovado ainda na gestão passada e que prejudica financeiramente o motorista. Ele está pagando para ir ao banheiro ou beber água entre as viagens, por exemplo. Calculamos uma perda de R$ 264 por mês porque as empresas têm descontado de 5 a 30 minutos”, comenta Aldo Lima.
Reivindicações dos motoristas
Os rodoviários estão reivindicando um reajuste salarial de 5% e a inclusão de um plano de saúde, exigências que devem ser discutidas com a Urbana-PE, responsável pelas negociações.