A Medida Provisória (MP) 927, divulgada no domingo (22) pelo governo Jair Bolsonaro, que fixa regras para a relação entre empresas e trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus, foi motivo de debate nas redes sociais nessa segunda-feira (23).
A MP, que autoriza que o contrato de trabalho seja suspenso por até quatro meses, sugere que o trabalhador não receba salário durante o período. A empresa, durante processo, deverá oferecer curso online ao empregado. Além disso, deve manter benefícios como o plano de saúde.
O ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) condenou medida apresentada e considerou MP um 'absurdo genocida'.
Isto é um crime inaceitável! O Supremo será acionado contra esta violência ! O Congresso Nacional precisa se reunir virtualmente e rejeitar este absurdo genocida! https://t.co/DrEGUSXFpE
— Ciro Gomes (@cirogomes) March 23, 2020
A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também desaprovou a medida. Gleisi faz comparação com medidas tomadas em outros países com a crise do coronavírus.
Governos de vários países se dispuseram pagar parte dos salários dos empregados p/ evitar demissões, socorreram pequenas/médias empresas e até mesmo bancaram contas de água/luz das pessoas. Já Bolsonaro penaliza trabalhador brasileiro em meio à pandemia! Viram a diferença?
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) March 23, 2020
O vereador petista João da Costa avaliou a Medida Provisória como 'desumano'.
Essa Medida Provisória do governo #Bolsonaro vai matar de fome os trabalhadores e as trabalhadoras. Isso é desumano. Vai aumentar e muito o desemprego no Brasil, para desespero de milhões de pessoas em todo o País. E a fome vai voltar com toda a força. pic.twitter.com/535uDOibKg
— João da Costa (@JoaodaCosta_13) March 23, 2020
O vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) foi um dos parlamentares que criticou a medida. O psolista considerou que a medida publicada vai na 'contramão da civilidade'.
Repito: quando mais precisamos do Estado, não temos governo. A Medida Provisória publicada pelo @planalto vai na contramão da civilidade. Sob o pretexto de proteger as empresas, deixará milhões de PESSOAS sem renda nem perspectiva
— Ivan Moraes (@ivanmoraesfilho) March 23, 2020
O ex-candidato à Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL), também desaprovou a medida apresentada pelo Governo Federal e chamou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de 'canalha'.
É inacreditável. Inacreditável:
MP de Bolsonaro deixa trabalhadores sem salário nos próximos 4 meses. Enquanto outros países estão proibindo demissões e garantindo salários, ele libera a suspensão dos contratos sem pagamento. Derrubar este canalha virou questão de sobrevivência!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) March 23, 2020
Bolsonaro volta atrás
Na tarde desta segunda-feira (23), o presidente Bolsonaro (sem partido) determinou a revogação do artigo 18 da Medida Provisória (MP) 927, que permitia a suspensão de salário do trabalhador por quatro meses diante da pandemia de coronavírus. A MP havia sido publicada nesse domingo (22). A informação foi divulgada no Twitter do presidente.
Comentários