Em sua transmissão semanal nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a polemizar sobre a permanência ou não do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Bolsonaro usou da analogia do ministro da Saúde para dizer que "o médico não abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de médico", disse. A frase pode ser entendida para dizer que a permanência do auxiliar à frente da pasta, após os atritos que ambos tiveram sobre as orientações para isolamento social, ainda é incerta.
A fala de Bolsonaro veio após ele levantar novamente o uso do cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus no Brasil.
Nesta quinta-feira, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) recomendou aos médicos o uso dos medicamentos em pacientes com casos leves, moderados ou graves, fato este bastante elogiado pelo presidente em sua live. "O cara pode dar uma de galo e falar que não, mas olhe, se tua mãe, teu pai, ou até você com uma certa idade, perceber que tem alguma comorbidade, tomaria ou não tomaria?", questinou Bolsonaro, que também fez a mesma pergunta ao presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que estava ao seu lado e de pronto concordou.
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E olhe que o dia foi agitado no bastidor, em Brasília. Antes da live de Bolsonaro, ainda de tarde, a CNN Brasil vazou um telefonema entre o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Osmar Terra (MDB). No contato, feito pela manhã, eles discutiram a substituição do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e outras alterações na condução do combate ao novo coronavírus no País. A conversa foi ouvida pelo comentarista de política da emissora, Caio Junqueira, após ele tentar contato com Terra por telefone por volta das 8h30. Depois que a informação foi divulgada, o Palácio do Planalto cancelou coletiva de imprensa com os ministros da Saúde, de Minas e Energia e da Casa Civil, que estava agendada para as 17h.
À tarde, ao ser perguntado sobre o acontecido, Mandetta disse à coluna Painel, da jornalista Camila Mattoso, da Folha de S.Paulo, que seu foco é no trabalho e que não estava sabendo da conversa, vazada pela CNN Brasil. Mesmo falando que não iria comentar sobre o caso, Mandetta informou que "eu só trabalho, trabalho e trabalho".
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No início da semana, Mandetta havia respondido, sobre a possibilidade dele próprio pedir para deixar o cargo, que "o médico não abandona o paciente".
Nesta tarde vieram a tona conversas entre o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o antigo ocupante do cargo, o atual deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), conspirando pela saída de Mandetta. Bolsonaro, em transmissão ao vivo pela internet, havia dito que "quem está esperando eu falar do Mandetta, do Onyx e do Osmar pode pular para outra live. Não vai ter esse assunto aqui"
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