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Mandetta reúne equipe e comunica que será demitido ainda esta semana, diz jornal

Em clima de despedida, durante reunião, Mandetta teria dito que será demitido nesta semana e que o acordo é de ele esperar a escolha do substituto

JC
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Publicado em 15/04/2020 às 6:44 | Atualizado em 15/04/2020 às 7:19
CAROLINA ANTUNES/PR
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) - FOTO: CAROLINA ANTUNES/PR

Em conversa com equipe do Ministério da Saúde na noite dessa terça-feira (14), o ministro Luiz Henrique Mandetta teria avisado que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) já está em busca de uma pessoa para substituí-lo. Em clima de despedida, Mandetta ainda teria dito que será demitido nesta semana. O acordo é de ele esperar a escolha de um novo ministro. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Na noite da terça, Mandetta participou de entrevista coletiva no Palácio do Planalto e, em seguida, realizou a reunião com a equipe. Alguns membros, inclusive, teriam sugerido que ele pedisse demissão de imediato, ideia rejeitada por ele. Antes da coletiva, o ministro participou de reunião do conselho.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro e Mandetta já apresentaram divergências e o presidente já ameaçou demitir o ministro. Bolsonaro vem manifestando insatisfação por causa da maneira como Mandetta lidera a crise. A insistência pelo distanciamento social é um dos pontos que provocam desavenças entre os dois. O presidente defende um isolamento seletivo, apenas para pessoas do grupo de risco.

No último domingo (12), em entrevista ao programa Fantástico, da Globo, o ministro afirmou que o ápice dos casos do novo coronavírus se dará entre maio e junho, reforçando a importância da população ficar em casa. Ele ainda comparou Bolsonaro com um diabético que o médico diz que não poder comer açúcar e ele assalta a geladeira para comer doce. Mandetta ainda declarou que não dava para "as pessoas" ficarem indo em padarias, sem citar Bolsonaro.

"Isso preocupa, porque a população olha e fala assim 'será que o ministro da Saúde é contra o presidente?' Quem a gente tem de ter foco, esse aqui que é o nosso problema, é o coronavírus. Ele é o principal inimigo. Se eu estou ministro da Saúde, por obra de nomeação do presidente. O presidente olha pro lado da economia. O Ministério da Saúde entende a economia, mas chama pelo lado de proteção à vida", disse Mandetta.

Também no domingo, dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 22,1 mil casos de coronavírus e 1,2 mil mortes, o presidente afirmou que "parece que a questão do vírus está indo embora". A declaração foi feita durante celebração de Páscoa por videoconferência com líderes religiosos. "Veio agora esse vírus. É o que tenho dito desde o começo, desde há quarenta dia, (é que) temos dois problemas: o vírus e o desemprego. Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus. Mas está batendo forte a questão do desemprego. Devemos lutar contra as duas coisas", comentou.

Bolsonaro é o pior entre os líderes que minimizam coronavírus, diz Washington Post

O jornal norte-americano The Washington Post publicou um texto editorial, nessa terça-feira (14), classificando o presidente Jair Bolsonaro como o pior entre os líderes mundiais que minimizam a pandemia do novo coronavírus.

"De longe, o caso mais grave é o do presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Quando a doença começou a se espalhar no País, o populista de direita minimizou o coronavírus, chamando de 'uma gripezinha', e pediu aos brasileiros que 'enfrentassem o vírus como um homem, não um menino'. Pior, o presidente tentou repetidamente minar as medidas tomadas pelos 27 governadores para conter o surto", diz trecho do texto.

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