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Moro depõe em Curitiba e apresenta novas provas contra Bolsonaro

Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública prestou depoimento após acusar presidente da República de interferir na Polícia Federal

Diogo Menezes
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Diogo Menezes
Publicado em 02/05/2020 às 23:59 | Atualizado em 03/05/2020 às 8:12
MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL
FUTURO Ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro é cotado para eleições 2022 - FOTO: MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

O ex-ministro Sergio Moro concluiu por volta das 23h seu depoimento no prédio da Polícia Federal em Curitiba, nesse sábado (2), no inquérito que apura as acusações que ele fez ao sair do governo Jair Bolsonaro. Segundo informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública reiterou acusações e entregou novas provas contra Bolsonaro sobre sua atuação para intervir diretamente na Polícia Federal.

A oitiva foi conduzida pela delegada Christiane Correa Machado, chefe do grupo que apura os inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal, batizado de Sinq (Serviço de Inquéritos Especiais), e por procuradores da equipe do PGR, Augusto Aras.

O ex-juiz da Lava Jato foi ouvido sobre suas acusações de tentativa de interferência política de Bolsonaro na corporação. Ele deixou a sede da Polícia Federal por volta das 23h e disse estar ‘cansado’.
Durante a manhã, a entrada do prédio da PF virou palco de protestos, com grupos em apoio ao ex-juiz da Lava Jato e outros a favor do presidente Jair Bolsonaro.

Moro chegou por volta das 13h15, mas entrou pelos fundos, frustrando a expectativa dos manifestantes. A chegada inflamou ainda mais os ânimos dos militantes pró-Bolsonaro, que na maioria gritou palavras de ordem contra o ex-ministro.

Antes das 22h, foram pedidas pizzas no prédio da PF para servir equipes em meio ao depoimento.
Por volta das 18h45, a maioria dos manifestantes que cercavam a área saiu do local. Um pouco mais cedo, o grupo pró-Bolsonaro queimou camisetas com as imagens de Moro. Eles cercaram o ato com bandeiras do Brasil, impedindo a imprensa de filmar ou fotografar. Do carro de som, uma mulher anunciou o fim da República de Curitiba e o início do Império de Curitiba.

Desde a manhã, com alguns momentos de tensão entre os dois grupos e ataques contra a imprensa, cerca de 50 manifestantes se aglomeraram diante do prédio da PF, que também já abrigou a vigília em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto ele estava preso.

Moro foi prestar depoimento ao lado do advogado Rodrigo Sanchez Rios, que também defendeu alguns presos pela Lava Jato. Entre eles, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, além de ter trabalhado no escritório que defendeu Marcelo Odebrecht.

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