Saúde

Ministro da Saúde soube pela imprensa, na coletiva, que Bolsonaro abriu academias e salões

O ministro confirmou que o decreto não passou pela validação do Ministério da Saúde e tentou justificar afirmando que "não é atribuição nossa"

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 11/05/2020 às 20:41 | Atualizado em 11/05/2020 às 20:46
MARCELO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL
O ex-ministro da saúde prestou depoimento para a Comissão Parlamentar de Inquérito, nesta quarta-feira (5). - FOTO: MARCELO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

O ministro da Saúde, Nelson Teich, ficou sabendo através da imprensa que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia autorizado a reabertura de academias esportivas, barbearias e salões de beleza sob o pretexto de serem atividades essenciais para a saúde da população. Durante coletiva realizada na noite desta segunda-feira (11), no Palácio do Planalto, demonstrando estar confuso ao ser informado, o médico, com um olhar perdido, justificou que não é atribuição do Ministério da Saúde (MS) decidir sobre esses atos.

>> 'Saúde é vida", diz Bolsonaro para justificar academia, salão de beleza e barbearias em serviços essenciais

Ao ser perguntado por um jornalista sobre a decisão do presidente, Teich indagou se "isso aí saiu hoje?" e após ser informado que o mandatário havia acabado de comunicar o fato, olhou para o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, que fez sinal de que também não estava sabendo do decreto.

O ministro confirmou que o decreto não passou pela validação do MS e tentou justificar afirmando que "não é atribuição nossa".

Bolsonaro informou, ao chegar ao Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (11), que havia incluiu entre os serviços considerados essenciais durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19) três novas categorias de profissionais. "Coloquei hoje, porque saúde é vida: academias, salão de beleza e cabeleireiro, também. Higiene é vida. Só três [foram definidas] hoje", disse.

Mesmo com a autorização presidencial, o STF (Supremo Tribunal Federal) já decidiu que é de responsabilidade dos estados e municípios determinarem o que abre e fecha em suas regiões. Dessa forma, esses serviços deverão permanecer fechados até que haja a autorização dos governos locais.


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