pedido de cassação

Senado analisa representação contra Flávio Bolsonaro há três meses

A representação foi solicitada há três meses por parlamentares do PSOL, Rede e PT

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Publicado em 20/05/2020 às 12:57
Jane de Araújo/Agência Senado
Como senador, Flávio Bolsonaro recebe salário bruto de R$ 33,7 mil, que cai para R$ 24,9 mil após os descontos - FOTO: Jane de Araújo/Agência Senado

O pedido de cassação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) feito por parlamentares do PSOL, Rede e PT, completou três meses parado no Senado nesta terça-feira (19). O pedido foi protocolado em 19 de fevereiro, com representação no Conselho de Ética contra o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

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"O pedido foi protocolado e, dentro do prazo regimental, encaminhado para a Advocacia-Geral do Senado", disse o presidente do Conselho de Ética, senador Jayme Campos (DEM-MT). Segundo ele, não há prazo para o parecer técnico da advocacia ficar pronto, mas pode haver atraso por causa da pandemia do novo coronavírus.

No pedido original, os partidos acusaram Flávio de quebra de decoro parlamentar por suposto envolvimento com milicianos, suposta prática de "rachadinha" (ficar com parte do salário de servidores) e por manter funcionários fantasmas em seu gabinete da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando era deputado estadual.

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Os deputados citam suposta relação do senador com o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em uma operação policial na Bahia no dia 9 de fevereiro. Segundo o Ministério Público do Rio, Adriano teria se beneficiado da "rachadinha" na Alerj.

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Ontem, os autores do pedido de cassação fizeram um adendo ao processo para incluir a acusação do suplente de Flávio, Paulo Marinho (PSDB), de que ele foi informado com antecedência sobre a Operação Furna da Onça, que mirou esquema de rachadinha na Alerj. Campos disse que vai anexar as novas denúncias ao pedido original.

Assessores

O Ministério Público Estadual (MPE) do Rio de Janeiro já investiga, desde o início do ano, um advogado e dois assessores do senador Flávio Bolsonaro que teriam participado do suposto vazamento de informações sobre a Operação Furna da Onça, segundo relato feito pelo empresário Paulo Marinho ao jornal Folha de S.Paulo.

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O trio teve o sigilo bancário quebrado por determinação judicial no inquérito que apura suposto esquema de "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Citados por Marinho, o advogado Victor Granado Alves e os assessores Miguel Ângelo Braga Grillo, atual chefe de gabinete de Flávio no Senado, e Valdenice de Oliveira Meliga estão na lista dos investigados do MPE na apuração sobre peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Alerj. Alves aparece ainda no relatório de inteligência financeira, do antigo Coaf (atual Unidade de Inteligência Financeira), que colocou o ex-chefe de gabinete de Flávio, José Carlos Fabrício de Queiroz, no radar das autoridades fluminenses.

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O alerta supostamente feito por um delegado da Polícia Federal a Flávio e seus assessores sobre a Furna da Onça, em 2018, teria resultado nas demissões de Queiroz e da filha dele, Nathalia, de gabinetes da família Bolsonaro. Ambos foram exonerados em outubro, dias depois do suposto vazamento de dados da operação. Duas filhas de Queiroz, sua atual e sua ex-mulher também são alvo da investigação da "rachadinha".

Depoimento

Suplente de Flávio no Senado e pré-candidato à prefeitura do Rio pelo PSDB, Marinho prestará depoimento na tarde desta quarta na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. A oitiva é parte de inquérito sobre o suposto vazamento de informações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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