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Ministro Celso de Mello divulga vídeo da reunião ministerial que pode comprometer Bolsonaro sobre interferência na PF

Foram excluídos do vídeo apenas dois trechos que citam a China e o Paraguai

JC
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Publicado em 22/05/2020 às 17:13 | Atualizado em 22/05/2020 às 20:48
EVARISTO SA / AFP
Muitos dos outdoors foram instalados no início de 2018, bem antes das eleições - FOTO: EVARISTO SA / AFP

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta sexta-feira (22) o vídeo da reunião ministerial utilizada como prova em depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Do material, foram retirados apenas dois trechos que envolvem comentários sobre a China e o Paraguai. A página do STF chegou a ficar fora do ar e o link que possui a íntegra do material esteve inacessível. O vídeo foi dividido 10 partes; confira:


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>> Bolsonaro diz que gravação ministerial citada por Moro é um 'desserviço' e acusa imprensa de divulgar 'fake news'

O material pode comprometer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O vídeo é peça-chave nas denúncias de Moro, que afirmou, em depoimento, que a reunião mostra uma tentativa de Bolsonaro de  interferir na Polícia Federal.

 

Trechos do vídeo:

No laudo, o ministro determina "a degravação integral do HD externo (número de série NA88DDP3, patrimônio da Presidência da República nº 195.1992)", bem como "a realização de perícia sobre referida mídia digital".

Os peritos criminais tiveram que responder três quesitos para realizar a atividade e um deles é "a verificação de edições com a finalidade de constatar-se a sua autenticidade e integridade"

Nos primeiros minutos do vídeo, o ministro Braga Netto diz que ele mesmo solicitou a reunião ao presidente e a apresentação serão sobre o plano de retomada e todos os ministros precisam trabalhar, "cada um na sua área, é claro. Tá?". Em seguida, ele diz que o nome do plano é "um Plano Marshall brasileiro, né?". Em resposta, Paulo Guedes pede: "não chamem de Plano Marshall porque revela um despreparo enorme". Braga Netto então corrige dizendo que o nome certo é "Pró-Brasil".

Sobre o impeachment, Bolsonaro fala que pode ir se um dia errar, "se achar um dia ligação minha com empreiteiro, dinheiro na conta da Suíça porrada sem problema nenhum. Vai pro impeachment, vai embora. Agora, com frescura, com babaquice, não!". Ele ainda citou a manifestação do Dia do Exército, a qual ele participou e os apoiadores pediam a volta do AI-5. "E falei algo que eu acho que num tem nada demais. Mas a repercussão é enorme. "Ó, o Al-5". Cadê o Al-5? Ca .. . cabou com a ... o AJ-5 não exis ... não existe ato institucional no Brasil mais. É uma besteira. Artigo um, quatro, dois. É um pessoal que não sabe interpretar a Constituição".

O presidente também declara não ter amor pelo cargo. "Não tenho amor por essa ... por essa ... por esse
mandato a ... pe ... pe ... pela cadeira de Presidente. Ne .. . ne ... zero, zero! Não vou provocar ninguém".

Com relação ao resultado do exame do coronavírus feito pelo chefe de Estado, ele fez questão de falar das possibilidades de manipulação no nome do exame, referente à solicitação ou ao resultado. "de uns oito ano pra cá, quando pedia farmácia de manipulação um remédio qualquer, eu falava com o médico: "bota um nome de fantasia", porque se for o meu nome pra lá, como era, sempre fui um cara manjado, não é, tem três quatro que vão manipular lá o medicamento, podem me envenenar, pô! E assim é a mesma coisa a questão do vírus, entre outros. De acordo com interesse, o cara dá negativo ou dá positivo. Depois que deu, vai pra contraprova mas dá problema", e depois disse que "jamais mentiria se não tivesse realmente um exame negativo".

Bolsonaro também disse que não poderia ser surpreendido com notícias e "a PF que não me dá informações". "Eu tenho as ... as inteligências das Forças Armadas que não tenho informações. ABIN tem os seus problemas, tenho algumas informações. Só não tenho mais porque tá faltando, realmente, temos problemas, pô! Aparelhamento etc. Mas a gente num pode viver sem informação. Sem info ... co ... quem é que nunca ficou atrás do ... da ... da ... da ... da ... da ... da ... da porta ouvindo o que seu filho ou sua filha tá ... tá comentando. Tem que ver pra depois que e ... depois que ela engravida, não adianta falar com ela mais. Tem que ver antes ... depois que o moleque encheu os cornos de ... de droga, já não adianta mais falar com ele, já era. E informação é assim".

 

Perícia 

Nesta sexta-feira (22), o ministro Celso Mello também solicitou à Procuradoria Geral da República a apreensão dos celulares de Bolsonaro e de um dos filhos dele, o vereador Carlos Bolsonaro. O depoimento do chefe do Executivo também foi solicitado.

>> Ministro do STF pede para PGR avaliar pedido de perícia em celular de Bolsonaro 

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