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'Tem de ter algum tipo de diálogo', diz Eduardo Bolsonaro sobre cargos ao Centrão

Sob pressão de aliados e após sofrer sucessivas derrotas políticas no ano passado, Bolsonaro passou nos últimos meses a distribuir cargos aos partidos do Centrão em troca de apoio no Congresso

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Publicado em 01/06/2020 às 11:16 | Atualizado em 01/06/2020 às 11:19
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL) - FOTO: Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Alinhado à ala ideológica do governo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho "zero três" do presidente Jair Bolsonaro, justifica as negociações de cargos na administração federal a partidos do Centrão pela necessidade de "diálogo". Segundo ele, há muitos postos ainda ocupados por pessoas indicadas na gestão de Dilma Rousseff (PT) e, por isso, precisam ser trocadas.

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"O presidente não elege o Congresso, quem elege são as pessoas. E o presidente tem de ter algum tipo de diálogo com quem está ali. Foi feliz no diálogo que aprovou a reforma da Previdência e hoje em dia ele mantém diálogos", disse Eduardo, ao conversar com o Estadão/Broadcast durante a manifestação pró-governo em Brasília, neste domingo.

Sob pressão de aliados e após sofrer sucessivas derrotas políticas no ano passado, Bolsonaro passou nos últimos meses a distribuir cargos aos partidos do Centrão em troca de apoio no Congresso, ressuscitando a velha prática do "toma lá, dá cá". O principal objetivo é barrar o avanço de um eventual pedido de impeachment na Câmara.

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Nesta segunda-feira (1), o governo nomeou Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI), para comandar o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que tem orçamento de R$ 29, 4 bilhões neste ano.

Bolsonaro também vai entregar o comando do Banco do Nordeste (BNB) para um nome indicado pelo PL, sigla liderada pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. No lugar do atual presidente do banco, Romildo Rolim, assumirá Alexandre Borges Cabral, que já foi presidente da Casa da Moeda entre julho de 2016 e junho de 2019 por indicação de outra legenda do bloco, o PTB.

"A estrutura da União é gigantesca. Se você fosse o presidente teria mais do que 20, 30 nomes, pessoas competentes daquela área para botar diante de determinadas empresas públicas, estruturas do governo? É difícil", disse Eduardo Bolsonaro.

"O que eu sei é que tem muita gente ainda que foi indicada desde os tempos de Dilma Rousseff e isso não está de acordo com a proposta vencedora de 2018. Você não pode ter pessoas em escalões inferiores trabalhando contra o governo e é preciso identificar e trocar essas pessoas, se puder."

 

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