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Manifesto Estamos #Juntos une personalidades de diferentes campos políticos em defesa da democracia

Movimento apoia a independência dos poderes e chama lideranças partidárias, prefeitos, governadores, vereadores, deputados, senadores, procuradores e juízes a assumir a responsabilidade por unir os brasileiros

JC
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Publicado em 01/06/2020 às 12:14 | Atualizado em 01/06/2020 às 13:16
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O manifesto Estamos #Juntos, publicado no último sábado (30), defende "a vida, a liberdade e a democracia" - FOTO: REPRODUÇÃO

Com informações do Estadão Conteúdo

Começou com um grupo de mais de 1,6 mil personalidades brasileiras de vários setores, como artistas, médicos, políticos, pesquisadores, entre outros, e, nesta segunda-feira (1º), já passou de 205 mil assinaturas. O manifesto Estamos #Juntos, publicado no último sábado (30), defende "a vida, a liberdade e a democracia". O movimento apoia a independência dos poderes e chama lideranças partidárias, prefeitos, governadores, vereadores, deputados, senadores, procuradores e juízes a assumir a responsabilidade por unir os brasileiros.

"Somos muitos, estamos juntos, e formamos uma frente ampla e diversa, suprapartidária, que valoriza a política e trabalha para que a sociedade responda de maneira mais madura, consciente e eficaz aos crimes e desmandos de qualquer governo", diz o documento, que foi assinado por personalidades como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o cantor e compositor Caetano Veloso, a atriz Fernanda Montenegro e o youtuber Felipe Neto.

Um dos organizadores do grupo, o escritor Antonio Prata explica que diferentes artistas se juntaram diante da sensação de estar em uma "tempestade em um bote furado". Segundo ele, a pandemia do novo coronavírus e a deterioração na situação política do País motivaram a união entre pessoas que costumam ficar em lados opostos do debate público.

Prata cita uma fala de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que afirmou que "não é mais uma opinião de se, mas de quando" haverá "momento de ruptura" como um dos fatores determinantes para motivar uma ação conjunta. "As pessoas vieram não por mérito nosso, mas por demérito do governo", disse o escritor.

"Como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum", diz o texto do manifesto. "Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia".

Uma das pessoas que assinaram o manifesto foi o cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), Silvio Meira. Segundo ele, é um movimento em prol da democracia, que não é partidário, nem político. "A democracia está sendo ameaçada da forma mais radical que ela foi ameaçada desde a ditadura. Isso que me motivou a assinar. E o fato de que é um movimento totalmente apartidário. Somos a favor da ordem democrática", declara.

De acordo com Meira, o objetivo do Estamos #Juntos, no momento, é juntar as pessoas que acreditam na democracia. "A democracia é a única saída para resolver crises estruturais e conjunturais de qualquer país, inclusive no Brasil", afirma. Antonio Prata diz que o grupo ainda planeja fazer outras ações e pensa nos próximos passos. Uma das ideias é fazer um grande festival em prol da democracia, inspirado pelo Live Aid. "Queremos falar com as pessoas de fora da bolha e abrir o leque das coalizões", disse.

Basta

Um grupo de juristas e advogados lançou também o manifesto "Basta" contra os ataques de Jair Bolsonaro às instituições. O documento afirma que o presidente faz de sua rotina um recorrente ataque aos Poderes da República. "Agride de todas as formas os Poderes constitucionais das unidades da Federação, empenhados todos em salvar vidas. Descumpre leis e decisões judiciais diuturnamente porque, afinal, se intitula a própria Constituição."

Entre mais de 600 nomes que assinam o documento estão o diplomata Celso Lafer, o presidente da OAB Felipe Santa Cruz e o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. O documento diz que é hora de dar um basta ao que chamou de "noite de terror com que se está pretendendo cobrir este país. "Não nos omitiremos. E temos a certeza de que os Poderes da República não se ausentarão."

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