O pastor da Igreja Presbiteriana Milton Ribeiro foi nomeado ministro da Educação. O convite para assumir a pasta havia sido divulgado pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na tarde desta sexta-feira (10), e a nomeação já consta no Diário Oficial da União.
Ribeiro é graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul e em Direito pelo Instituto Toledo de Ensino, possui mestrado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutorado pela Universidade de São Paulo (USP).
Antes da nomeação de Ribeiro, o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, havia recebido o convite para assumir a pasta. No entanto, segundo o jornal Estado de S. Paulo, o presidente Jair Bolsonaro foi pressionado pela ala ideológica do governo e por militares para não nomear Feder. O secretário recusou o convite feito no dia 2 de julho. "Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação", escreveu nas redes sociais.
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Quarto ministro
Ribeiro é o quarto a ser nomeado ministro da Educação no governo Bolsonaro. Entre janeiro e abril de 2019, o olavista Ricardo Vélez comandou a pasta, tendo seu sucessor o polêmico Abraham Weintraub, que permaneceu no ministério até junho de 2020.
Nomeado como sucessor de Weintraub, Carlos Alberto Decotelli não chegou a tomar posse. No período em que esteve no cargo, Decotelli esteve no centro de várias polêmicas envolvendo o currículo. Ao ser anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, Decotelli recebeu o título de "doutor pela Universidade do Rosário, na Argentina, e pós-doutor na Universidade de Wuppertal, na Alemanha". No entanto, o título de doutor foi contestado pelo reitor da universidade argentina, e a universidade alemã informou que ele não obteve nenhum título.
Além disso, na plataforma Lattes, Decotelli informava que teria sido professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) entre 2001 e 2008. No entanto, a FGV disse, por meio de nota, que ele atuou como professor colaborador "apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos". No meio acadêmico, a prática pode ser considerada pouco transparente, uma vez que há formas de denominar a vinculação como "colaborador". A fundação ressalta ainda que o ministro "não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição”.
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