Atualizada às 10h35 do dia 21 de julho de 2020
A Polícia Civil de Pernambuco desencadeou, na manhã desta sexta-feira (17), a 26ª Operação de Repressão Qualificada do ano, denominada "Espectro", com o cumprimento de mandados de busca e apreensão as cidades de Recife e Tamandaré, dois deles em endereços do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). A investigação iniciou em junho de 2020, com o objetivo de apurar, inicialmente, a suposta prática dos crimes de desvio de serviços públicos e associação criminosa.
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Nessa sexta estão sendo cumpridos 5 mandados de busca e apreensão domiciliar, todos expedidos pelo Tribunal Judiciário de Pernambuco (TJPE). Na execução, estão sendo empregados 43 Policiais Civis, entre Delegados, Agentes e Escrivães.
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A Operação está sendo coordenada pela DIRESP e supervisionada pela Chefia de Polícia. As investigações estão sendo assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL). As investigações seguem em segredo de justiça e os resultados somente serão apresentados na conclusão das investigações.
Em entrevista ao NETV nesta sexta-feira (17), o delegado Rodolfo Bacelar responsável pelo caso, informou que os mandados de busca e apreensão domiciliares são destinados a cinco endereços distintos no Recife e em Tamandaré. "O objetivo é a apreensão de documentos relacionados à investigação e aparelhos eletrônicos, como computadores, celulares, para, a partir daí, verificarmos os dados constantes neste material apreendido e dar continuidade na investigação que já existe na delegacia".
Bacelar explicou que a busca pode indicar outros agentes públicos da administração pública de Tamandaré que possam estar envolvidos nos crimes. "O objetivo inicial da apreensão de documentos é robustecer o inquérito que está em andamento. Mas nada impede que na análise dos documentos apreendidos, a gente encontre elementos sobre outros tipos penais e, a partir daí, dar continuidade as novas investigações".
Ele ressaltou, ainda, que a investigação está correndo em segredo de Justiça e os dados não podem ser revelados. "Só após a análise do material apreendido e do levantamento do sigilo feito pelo Tribunal de Justiça, é que a gente pode passar informações sobre as pessoas que estão sendo investigadas. Isso é desvio de serviço público, pode ser na Prefeitura ou em qualquer outro órgão público de Tamandaré ou de Recife".
Prefeito se diz perplexo
O advogado de Sérgio Hacker, Gervásio Lacerda, divulgou uma nota em que nega que a Prefeitura de Tamandaré tenha sido alvo da operação e diz que o prefeito recebeu "com perplexidade" a notícia de que a operação foi deflagrada, uma vez que o prefeito tem colaborado com as autoridades.
A defesa também afirma que não teve acesso à decisão judicial que determinou o cumprimento dos mandados. "No entanto, informa que recebeu a operação policial, presidida pelo DRACCO, com surpresa e perplexidade, pois, desde o início da investigação, sempre se colocou à inteira disposição da autoridade policial", diz trecho da nota, que também cita ações da defesa nesse sentido, como a habilitação de advogados, e a resposta imediata à todas as solicitações.
Ainda na nota, Gervásio Lacerda classifica a medida policial como " desnecessária", pois o prefeito nunca dificultou as investigações, além de estar convicto de que não cometeu crime, o que será provado em momento oportuno. "Também, em ato contínuo, deve-se consignar, a fim de afastar qualquer dúvida ou informação falsa, que a Prefeitura Municipal de Tamandaré/PE, não foi objeto da operação policial. Por fim, reafirma confiança na imparcialidade do Poder Judiciário Pernambucano; bem como na serenidade do Ministério Público e da Polícia Civil", finaliza nota.
PSB se pronuncia
O PSB divulgou nota em que defende a devida apuração do caso pelos órgãos de fiscalização e controle "e controle e que qualquer ato ilicito seja punido". "Essa é a posição do partido desde que veio à tona a nomeação de funcionário do prefeito na prefeitura de Tamandaré", diz o partido.
Leia a íntegra da nota da defesa de Sérgio Hacker
"Em resposta à noticiada operação policial deflagrada na data de hoje, o Sr. SÉRGIO HACKER, em estrito cumprimento à decisão judicial advinda do eminente Desembargador Estadual Relator do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, registra, desde já, que respeitará, como sempre respeitou, o sigilo imposto às investigações policiais. No mesmo tom, esclarece, por seu turno, que não teve acesso ao teor da decisão judicial.
No entanto, informa que recebeu a operação policial, presidida pelo DRACCO, com surpresa e perplexidade, pois, desde o início da investigação, sempre se colocou à inteira disposição da autoridade policial; peticionou por diversas vezes nos autos do inquérito policial; habilitou advogados em colaboração à apuração empreendida; requereu o acesso e extração de cópias, o que foi deferido; produziu provas, como também respondeu prontamente, como agente público, a todas as solicitações que lhe foram feitas.
A par desse contexto, deixa em evidência que a medida policial empreendida se afigura completamente desnecessária, pois, em nenhum instante, ele empreendeu qualquer embaraço ou dificultou às investigações; como também está convicto que não cometeu crime, conforme será devidamente demonstrado no momento próprio. Também, em ato contínuo, deve-se consignar, a fim de afastar qualquer dúvida ou informação falsa, que a Prefeitura Municipal de Tamandaré/PE, não foi objeto da operação policial. Por fim, reafirma confiança na imparcialidade do Poder Judiciário Pernambucano; bem como na serenidade do Ministério Público e da Polícia Civil.
GERVÁSIO LACERDA – OAB/PE 21.074"
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