PROPINA

Lava-Jato mira desvios em compra de navios pela Transpetro

Segundo investigações, foi identificada um esquema de fraude em licitações para pagar propina a altos executivos da Petrobras envolvendo a Transpetro

Estadão Conteúdo
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Publicado em 19/08/2020 às 7:52 | Atualizado em 19/08/2020 às 8:17
DIVULGAÇÃO/TRANSPETRO
A Transpetro é uma empresa responsável pelo transporte de combustível e pela importação e exportação de petróleo e derivados - FOTO: DIVULGAÇÃO/TRANSPETRO

A Polícia Federal mira, na manhã desta quarta-feira (19), mandados de prisão e busca e apreensão em Alagoas (Maceió), São Paulo (São Paulo) e Rio de Janeiro (Niterói e Rio de Janeiro). Na 72ª Fase da Lava-Jato, são investigados crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados no contexto de licitação e celebração de contratos de compra e venda de navios celebrados pela Transpetro.

Os agentes cumprem seis mandados de busca e apreensão em cidades de Alagoas, São Paulo, Niterói (RJ) e Rio de Janeiro e dois de prisão na capital paulista. Autorizada pela 13ª Vara Federal em Curitiba, no Paraná, a 72ª Fase da Operação foi denominada como "Navegar é preciso".

A suspeita é que um estaleiro contratado por R 857 milhões para fornecer os navios pagou propina a um executivo da estatal, que não teve o nome divulgado. O prejuízo com a contratação, classificado pela PF como "assombroso", é estimado em cerca de R 611 milhões.

"Verificaram-se evidências de que o favorecimento da Transpetro em relação ao estaleiro teria ocorrido também no decorrer da execução do contrato, exemplo disso seriam as sucessivas prorrogações nos prazos para a entrega dos navios e aditivos contratuais que muito beneficiaram a empresa contratada", informou a Polícia Federal.

De acordo com os investigadores, as propinas teriam sido depositadas por meio de várias transferências em contas bancárias no exterior. Na tentativa de disfarçar os pagamentos, empresas ligadas ao estaleiro e ao executivo teriam firmado um contrato falso de investimento em uma terceira empresa estrangeira, que previa o pagamento de uma multa de R 28 milhões em caso de cancelamento do aporte.

Para os agentes, uma série de medidas de engenharia societária, confusão entre personalidades jurídicas e físicas dos investigados e das suas empresas, bem como de confusão gerencial dos alvos relacionados ao estaleiro na administração das empresas do grupo são indícios de lavagem de dinheiro, ocultação e blindagem do patrimônio.

 


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