A pré-candidata a prefeita do Recife e deputada federal, Marília Arraes (PT), participou de um encontro com o Sindicato da Guarda Municipal do Recife, nesta sexta-feira (21). A discussão sobre o armamento da guarda municipal - pauta que tem sido defendida pelos pré-candidatos ligados a direita - foi colocada na mesa e a petista afirmou que a questão precisa ser feita com critério.
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Segundo Marília Arraes, seria possível discutir armar uma parcela da guarda municipal do Recife, mas a partir de um trabalho que envolva a formação e uma qualificação severa de quem poderá portar armas. “Acho que para isso a gente tem que ter um preparo da categoria. Definir um modelo”, declarou. A pré-candidata sugere que essa qualificação seja feita em parceria com a academia de polícia até que o município possa ter condições de criar a academia municipal.
Sobre o debate que tem gerado polêmica nesse período pré-campanha, Marília ressalta que o debate não pode se limitar apenas sobre aqueles que são a favor ou contra o armamento da guarda municipal. “Estou totalmente aberta a ouvir, a construir, a formar uma comissão com a guarda, com todos que quiserem pensar com a gente um modelo para propor. Estou totalmente aberta a isso. É preciso se construir um modelo que não seja simplesmente ‘vamos armar a guarda e acabou-se’. É um discurso muito fácil , mas não é tão simples assim", pontuou.
Nas redes sociais, a parlamentar comentou sobre a sabatina, que contou com a presença do diretor jurídico do sindicato, Frederico Aguiar, o diretor sindical, Edvaldo Gouveia, e do presidente interino da Guarda, Pericle Silva.
Ampla defesa da direita
Os pré-candidatos ligados ao bloco de oposição ao PSB, como o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM), o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania), os deputados estaduais Alberto Feitosa (PSC), Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB), além da delegada Patrícia Domingos (Podemos) e do procurador Charbel Maroun (Novo), também têm defendido o armamento da guarda municipal do Recife.
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Em entrevista ao Resenha Política, em live pela TV JC, nesta quarta-feira (19), Mendonça Filho voltou a criticar o prefeito Geraldo Julio (PSB), afirmando que o Recife é uma das poucas capitais que não cumpre a Lei Nº 13.022/2104, que autoriza o porte de armas para a guarda. Segundo o democrata, uma de suas propostas é criar a Academia da Guarda Municipal para oferecer capacitação e treinamento adequado para a categoria.
"Em Peixinhos, tem uma unidade da guarda que, vez por outra, é atacada por bandidos. Quer dizer, se o guarda não pode se defender e não pode defender a população sem estar treinado e capacitado, como é que fica?. Recife é uma das duas únicas cidades do Brasil cuja guarda não tem direito a porte de arma", afirmou.
No dia anterior a participação de Marília Arraes na sabatina com o Sindicato dos Guardas Civis de Recife, nesta quinta-feira (20), o procurador Charbel Maroun também esteve reunido com a categoria e aproveitou para fazer uma crítica sobre o uso desse tema.
“Fui o primeiro a falar sobre armamento de Guarda Municipal aqui no Recife, é bom deixar isso claro pois agora virou moda. Eu mostrei para a população que não é achismo, é embasado em estudo técnico. Nas cidades onde a Guarda Municipal é armada, a criminalidade diminuiu. Os cidadãos tiveram mais segurança, pois a guarda é mais próxima, está em todos os lugares, como ruas, trânsito, praças, entre outros. Ela é a primeira a presenciar o crime e, logicamente, consegue resolver de imediato”, disse o procurador da cidade há 10 anos e um dos fundadores do Partido Novo em Pernambuco.
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