DISPUTA

Mourão diz que ainda não recebeu convite de Bolsonaro para tentar reeleição em 2022

O vice-presidente afirmou que, caso seja chamado, aceitará o convite

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Publicado em 04/09/2020 às 14:51 | Atualizado em 04/09/2020 às 14:51
VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
General Hamilton Mourão, vice presidente do Brasil, e Jair Bolsonaro - FOTO: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

com informações do UOL

Durante entrevista à rádio Gaúcha nesta sexta-feira (4), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que ainda não recebeu convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para disputar uma possível reeleição nas eleições de 2022. Mourão disse ainda que, caso seja convidado, aceitará entrar na disputa novamente.

"Todavia no, como se diz em castelhano", disse ao ser perguntado sobre um possível convite. "Uma vez convidado pelo presidente Bolsonaro para permanecer junto com ele, serei candidato", afirmou.

O vice-presidente ainda foi questionado sobre a possibilidade do chefe do Executivo convidar outra pessoa para ser candidato a vice. "Pois é, então temos que aguardar o futuro. Lembrando uma frase do grande filósofo Dino Sani, que foi técnico do Internacional de Porto Alegre: 'em futebol se ganha, se perde, ou se empata", respondeu.

Desmatamento na Amazônia

Durante a entrevista, Mourão ainda disse que a meta até o final do mandato é obter índices de desmatamento na Amazônia abaixo das médias históricas do Brasil. Segundo ele, o "auge do desmatamento" aconteceu em 2004.

"Nós temos que lembrar o seguinte: essa questão de desmatamento veio aumentando desde 2012. O auge do desmatamento, de queimada no Brasil, foi em 2004, no governo do presidente Lula. Naquele momento a ministra era a Marina [Silva], se fez um planejamento e houve uma redução significativa", disse.

O vice presidente acrescentou afirmando que, "a partir de 2012, com a crise fiscal já batendo na porta, já governo Dilma Rousseff, se inicia o aumento dessas ilegalidades que tiveram um ápice no ano passado. A nossa meta qual é? Chegarmos ao final de 2022, ou seja, ao final desse mandato do presidente Bolsonaro, com índices de desmatamento e queimada abaixo das médias históricas".

Mourão ainda chegou a fazer críticas ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre a forma são tratados os números de desmatamento e queimadas no Brasil.

"O problema é a forma como o número é tratado. Esse é o grande problema. Nesse mês de agosto, e é o dado do Inpe, comparando com agosto do ano passado, temos 20% a menos de desmatamento. Ano passado foi em torno de 1.600 km, esse ano ficou em 1.200 km. Ou seja, 400 km a menos", comentou.

A questão do desmatamento no Brasil também foi comentada por Mourão no seminário Retomada Verde, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta sexta-feira (4). O vice-presidente voltou a dizer que a questão ambiental não tem ideologia e que a meta do governo do presidente Jair Bolsonaro é reduzir o desmatamento e as queimadas no País ao mínimo histórico.

No evento, Mourão chamou de "ruídos" informações desencontradas que saem sobre a Amazônia. Segundo ele, explorar a Amazônia em parceria com os Estados Unidos - levando em conta a boa relação dos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump - é mais uma dessas desinformações. "A soberania sobre a Amazônia é algo claro para nós", emendou.

Ao falar desses ruídos, o vice-presidente reconheceu que o acordo UE-Mercosul tem uma série deles, incluindo as ações do governo brasileiro sobre a Amazônia.

E frisou: "Pretendemos desmistificar a europeus o que acontece no Brasil."

Mourão disse que os focos de queimadas na Amazônia, de janeiro a agosto, diminuíram em relação ao ano passado, mas agora é que se inicia o período onde as queimadas são mais intensas. "Apesar disso, acredito que em setembro iremos reduzir para a meta histórica."

E repetiu que o objetivo é chegar ao fim do mandato de Bolsonaro, em 2022, com a redução do desmatamento e das queimadas ao mínimo histórico.

Apesar do otimismo do vice-presidente, alertas de desmatamento do programa Deter, do Inpe, dão conta que o mês passado foi o segundo pior agosto da série histórica de desmatamento na Amazônia deste programa, nos últimos cinco anos. Por esses dados, a Amazônia perdeu em agosto 1.045 km² de floresta.

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